O Dia Mundial da Saúde é um momento especial de debate e reflexão sobre o quanto ainda precisamos evoluir para atender as necessidades do corpo e da mente da população do planeta. Neste ano, a data terá como tema Salvar Vidas Hospitais seguros em situações de emergência, destacando a importância de garantir que as unidades de saúde, públicas ou privadas, tenham as condições necessárias para atender com segurança os pacientes e respeitar os direitos dos profissionais da área.
O assunto em destaque pela Organização Mundial da Saúde, em países como o Brasil, constitui-se numa grande oportunidade de colocar o dedo na ferida da busca do diagnóstico correto e da prescrição de um tratamento que realmente conduza à cura. O modelo do SUS é um dos mais completos já garantidos em constituições de todo o mundo, mas sua prática é o oposto da teoria. Tecnologia de última geração convive com hospitais sucateados. Remuneração vil de procedimentos e consultas anda lado a lado com a responsabilidade de salvar vidas.
Enquanto verbas da saúde não forem definitivamente asseguradas e, pior, continuarem a ser desviadas para outras ações de caráter eleitoreiro, não poderemos mudar. Não são novos hospitais, novas escolas médicas, novas leis ou novos pacotes governamentais que vão alterar o caos da saúde. A assistência médico-hospitalar depende ainda do mais antigo preceito da humanidade: o respeito. Somente com esse entendimento o Brasil poderá, de fato, comemorar o Dia Mundial da Saúde, não apenas curando a doença, mas gerando a qualidade de vida que os brasileiros merecem e necessitam.
* Presidente da Associação Catarinense de Medicina (ACM)
Fonte: DC - 07-04-2009