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Florianópolis: UPA Norte com lacunas de escala médica em outubro

A escala de médicos para atendimento na Unidade do Pronto Atendimento (UPA) Norte, em Florianópolis, está comprometida no mês de outubro. A denúncia chegou ao Sindicato dos Médicos do Estado de Santa Catarina (SIMESC) durante o final de semana por médicos que trabalham no local e que confirmam que essa situação tem se repetido durante todo o ano. A entidade não recebeu ainda as escalas que comprovam problemas na UPA Sul.

Conforme o que é possível observar nas escalas, em pelo menos quatro dias não há previsão de nenhum médico cirurgião na unidade. Em outros cinco dias não haverá cirurgião no plantão diurno e em quatro dias, no noturno. Na clínica médica durante os próximos 31 dias, ao invés de três, serão somente dois médicos por turno. Na pediatria o plantão diurno terá dois médicos apenas em quatro oportunidades durante outubro. Nos demais dias, somente um médico terá que dar conta de toda a demanda. No plantão noturno, em oito dias, o pediatra trabalhará sozinho.

O presidente do Sindicato, Vânio Cardoso Lisboa, comenta que essa escala é uma prova de que o cidadão terá que escolher dia e hora para ficar doente. “Além de colocar a população em risco, essas lacunas prejudicam os profissionais que ficarão saturados pelo excesso de trabalho”, afirma.

De acordo com Vânio, parte deste problema é verificado em decorrência pagamentos das horas extraordinárias. “Os médicos da UPA passarão a receber 33 reais por hora como pagamento das horas extraordinárias que realizarem, o que equivale a menos da metade do valor da hora normal, o que é inconstitucional, pois deveriam receber no mínimo 50% a mais do que o valor da hora normal. Isso também desmotiva o ingresso de novos profissionais na rede municipal de saúde. Os gestores precisam reavaliar esta situação urgentemente. Nem os médicos e muito menos a população devem ser penalizados e expostos a mais uma comprovação de falta de gerenciamento do sistema”, acrescenta.

O SIMESC enviará cópia das escalas ao Ministério Público e Conselho Regional de Medicina (CRM/SC) bem como acionará a prefeitura de Florianópolis para que seja possível encontrar uma solução para o problema.

“Estamos próximos a mais uma temporada de verão, momento em que aumenta sobremaneira a população de toda a cidade, especialmente no norte da ilha. É preciso encontrar uma saída para essa situação”, conclui Vânio.

 


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