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Residência médica x lato sensu: em qual pós-graduação investir?

Daniel Nunes é diretor de apoio ao Pós-graduando em Medicina do SIMESC (foto: Afonso Bueno Júnior)

 

Após a conclusão da graduação o médico que tem interesse em investir em especialização tem as opções da residência médica ou pós-graduação lato sensu. Embora ambas sejam reconhecidas pelo Ministério da Educação (MEC), apresentam diferenças que devem ser avaliadas de acordo com o objetivo do médico.

A residência médica ainda é considerada a especialização modelo no Brasil e por meio dela o título de especialista é fornecido ao completar o programa em uma unidade de saúde reconhecida pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM). “Mesmo com os déficits de vagas e as dificuldades de ingressar na residência essa opção é a escolha da maioria dos graduandos, pela credibilidade e garantia de registro de especialista”, afirma o diretor de apoio ao Médico Pós-graduando em Medicina do SIMESC,Daniel Holthausen Nunes.

Do outro lado, a pós-graduação lato sensu qualifica os conhecimentos teóricos e auxilia para a atuação acadêmica, como pesquisadores e professores, mas não concede o título de especialista. No entanto, de acordo com a Associação de Médicos Pós-graduados do Brasil (AMPOS) nada impede o médico de utilizar as atividades da especialização como pré-requisitos exigidos para a realização da prova de títulos de sociedades ligadas à Associação Médica Brasileira (AMB). O teste é a outra maneira, além da residência, de conseguir o registro de especialista.

Cada sociedade de especialidade determina em seus editais as exigências para a realização da prova de título. Normalmente é exigido um tempo de treinamento e de exercício da profissão, que somados chegam ao dobro do tempo da residência. “O médico que optar pela dermatologia, por exemplo, levará três anos na residência para receber o título de especialista, mas na pós-graduação terá que realizar durante dois ou três anos o curso e mais três anos de exercício da profissão para então realizar a prova de título, o que pode não ser tão vantajoso para o médico”, explica Daniel ao acrescentar que o médico só poderá anunciar especialidade quando o título estiver registrado no CRM.

Risco à vida

Pelo menos 12 mil médicos realizam cirurgias plásticas no Brasil sem nenhum título de especialização, é o que estima a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).  Segundo a entidade, muitos destes usam certificados emitidos por faculdades credenciadas no Ministério da Educação, mas sem validade alguma. No ano passado a atividade destes profissionais sem especialização resultou na morte de quatro pessoas no Brasil e 18 na Colômbia, com certificados retirados por médicos colombianos no Brasil.

A Associação Brasileira de Médicos Pós-graduandos ou Pós-graduados em cursos reconhecidos pelo governo federal (ABM-PÓS), enviou ao Ministério da Educação uma lista com sete instituições de ensino que oferecem cursos irregulares na área de medicina. O Ministério da Educação informou que, de fato, esses cursos em questão não são reconhecidos e transferiu a responsabilidade de supervisionar essas instituições para o Ministério Público Federal (MPF).

Existe um inquérito aberto no MPF, a pedido da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Inicialmente, o documento foi arquivado pela procuradora responsável, mas o pedido de arquivamento ainda está em análise pela Câmara de Coordenação e Revisão, do Ministério Público Federal.

Aproximadamente 700 estudantes formam-se por ano em Santa Catarina. O Estado disponibiliza atualmente 850 vagas de residência médica, sendo nas áreas básicas (630) e especialidades (220).

No site emec.mec.gov.br são disponibilizadas informações sobre as instituições credenciadas e os cursos superiores autorizados.

 

SIMESC apoia residentes

Além de fortalecer a categoria médica, o médico filiado conta com os serviços de Defensoria Médica 24 horas, assessorias jurídica, contábil e previdenciária. Para se filiar ao SIMESC é necessário acessar o site www.simesc.org.br e preencher a ficha de filiação. Médicos residentes têm valor especial na contribuição (R$ 102). Informações pelo E-mail simesc@simesc.org.br ou pelo telefone (48) 3223-1030 / 1060.

 

Fonte: Globo CBN e Portal Terra


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