A Revolução de 1930 e o golpe de Estado de 1937 deram início a um novo momento na História do Brasil. O mundo passava por uma grande mudança provocada pela crise da Bolsa de Nova York em 1929, fazendo com que o Brasil se assustasse, pois seu principal sustentáculo econômico, o café, caía na quase inutilidade na economia de exportação, fato ocorrido pela falta de compradores no mercado internacional. O movimento de 1930 vai evitar uma catástrofe social, impedindo uma anarquia generalizada, impondo ordem e restaurando a moral do Estado.
O movimento sindical surgiu com o capitalismo. Os sindicatos apareceram como organismos para a defesa dos interesses imediatos dos trabalhadores. Os que nasceram nas duas primeiras décadas do século XX foram criados a revelia do Estado, e, portanto, eram independentes deste. Após a revolução de 30, a ditadura Vargas destruiu esses sindicatos independentes. Instituiu, no seu lugar, os sindicatos corporativos, atrelados ao Estado, que subsistem até hoje.
Este período de mudanças não foi empecilho para a criação de um sindicato que representasse os interesses da categoria médica. Então, foi em 27 de maio de 1934, que médicos de Florianópolis se reuniram, na sala da Congregação da Faculdade de Direito da capital, com o objetivo de fundar “uma sociedade médica no Estado que zelasse pelos interesses morais e materiais da classe e fosse um laço de união entre todos os colegas que mourejam na clínica dentro do Estado de Santa Catarina” , criando assim, o Syndicato Médico de Santa Catarina (regido pelo estatuto do Sindicato Médico de Santos) que, imediatamente, elegeu uma Diretoria Provisória composta pelos doutores:
Presidente: Carmosino Camargo de Araújo
Vice-presidente: Djalma Moellmann
1° Secretário: João Felippe F. Ribeiro
2° Secretário: Arthur Pereira e Oliveira
Tesoureiro: Antônio Bottieri
Em 20 de julho de 1935 foi eleita a Diretoria do Syndicato formada pelos médicos:
Presidente: Carlos Correia
Vice-presidente: Djalma Moellmann
1° Secretário: Raymundo Santos
2° Secretário: Miguel Boabaid
Tesoureiro: Augusto de Paula
Orador: Vera Ávila
Conselho Fiscal: Arthur Pereira e Oliveira, Bulcão Vianna, Aurélio Rotolo.
O dia 28 de abril de 1937 marca a dissolução do Syndicato e a criação da Sociedade Catharinense de Medicina (hoje, Associação Catarinense de Medicina – ACM).
Caso Syndicato Médico de Santa Catarina tivesse permanecido até hoje (2021) completaria 86 anos.
No final da década de 1970, a classe trabalhadora brasileira entra em efervescência. O arrocho salarial e as péssimas condições de trabalho se tornavam inaceitáveis. O regime militar definhava as suas contradições.Grandes mobilizações ocorriam, especialmente, no ABC Paulista, com o surgimento de importantes lideranças no meio dos trabalhadores. O movimento sindical renascia.
A repressão militar veio à altura, ocorrendo diversas prisões de lideranças sindicais e intervenções em sindicatos. Mas esta ação militar espúria proporcionou resultado diferente do esperado pelos quartéis. Ajudou, na contramão, a consolidar as lideranças e os sindicatos emergentes. As mobilizações eram como epidemias de vírus e contagiavam a classe trabalhadora e, as greves, como arma legítima de luta, surgiram quase que naturalmente.
Na categoria médica, não podia ser diferente, pois no regime militar as condições de trabalho e salariais, dos médicos, deterioravam-se dia-a-dia. A necessidade de fundação de um sindicato médico, em Santa Catarina, era latente. No entanto, seguindo a legislação vigente, era mister a existência de uma associação pré-sindical. Assim, em 1º de setembro de 1979, foi fundada a Associação Profissional dos Médicos do Estado de Santa Catarina, em assembleia geral, ocorrida em Florianópolis, tendo como presidente o Dr. Luiz Carlos Coral.
Estavam presentes no ato, além de médicos catarinenses, lideranças de outros estados, como o Dr. Charles Namam Damian, presidente da Federação Nacional dos Médicos (FENAM), Francisco Xavier Beduschi e Farid Saballa, presidente e vice-presidente do Sindicato dos Médicos do Paraná e o Dr. Flavio de Agosto, representando o Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Sul. Na oportunidade, decidiu-se que a recém criada associação deveria, num prazo inferior a dois anos, ser transformada em Sindicato. Neste momento foi eleita a Diretoria Provisória.
Conheça os médicos que participaram da Assembléia.
Cronologia:
30 de agosto de 1980 – Assembleia Geral Extraordinária aprova a transformação da Associação Profissional dos Médicos do Estado de Santa Catarina (APM/SC) em Sindicato dos Médicos do Estado de Santa Catarina (SIMESC) e o conseqüente requerimento da carta sindical, ao Ministério do Trabalho.
25 de maio de 1981 – É concedida a carta sindical ao SIMESC;
23, 24 e 25 de Setembro de 1981 – Ocorre a primeira eleição para o SIMESC, sendo eleita em chapa única a diretoria.
15 de outubro de 1981 – Assembleia Geral aprova filiação do SIMESC à Federação Nacional dos Médicos, com sede no Rio de Janeiro;
18 de março de 1982 – Dia Nacional de Luta. O SIMESC mobiliza a categoria, em Santa Catarina para sua primeira paralisação por melhores condições de trabalho, salários e por um serviço de saúde digno à população.
Presidentes que se seguiram:
1) Dr. Marco Antônio Silva Rotolo (Setembro/1981)
2) Dr. Reinaldo Brasiliense Machado (14/12/1984)
3) Dr. José Paulo de Figueiredo Drummond
4) Dr. Luiz Carlos Espíndola (20/11/87)
5) Dr. Geraldo Swiech (05/11/90)
6) Dr. João Batista Berto (06/08/93)
7) Dra. Thais Helena Lippel (11/08/95)
8) Dr. Ari Rocha (13/06/97)
9) Dr. Geraldo Swiech (06/08/99)
10) Dr. Cyro Veiga Soncini (23/07/2001)
11) Dr. Cyro Veiga Soncini (15/07/2003)
12) Dr. João Pedro Carreirão Neto (14/07/2006 a 2009)
13) Dr. Cyro Veiga Soncini (14/07/2009 a 2015)
14/ Dr. Vânio Cardoso Lisboa - (13/07/2015 a 02/05/2018)
15) Dr. Leopoldo Alberto Back – (03/05/2018 a 13/07/2018)
16) Dr. Cyro Veiga Soncini (2018-2021)
17) Dr. Cyro Veiga Soncini (2021-2024)
Na gestão 1990/1993, foram criadas as Vice-presidências, com Diretoria de três membros, e as sedes em: Balneário Camboriú, Blumenau, Brusque, Chapecó, Itajaí, Jaraguá do Sul, Joaçaba, Joinville, Lages, Mafra, Médio Vale, Rio do Sul, São Miguel d´Oeste, Tubarão, Videira e Xanxerê.
No dia 5 de julho de 2019, foi aprovada em assembleia geral a Diretoria Regional de Concórdia.
Em 2021, o SIMESC tem, além da Diretoria Executiva e do Conselho Fiscal, 23 Diretorias Regionais.
Regionais:
Araranguá
Balneário Camboriú
Blumenau
Brusque
Caçador
Canoinhas
Centro Oeste
Chapecó
Concórdia
Extremo Oeste
Itajaí
Jaraguá do Sul
Joaçaba
Joinville
Lages
Laguna
Mafra
Médio Vale
Rio do Sul
São Bento do Sul
Tubarão
Videira
Xanxerê