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7º Seminário Nacional Médico/Mídia mostra a eficiência da união de médicos e jornalistas

 Terminou na sexta-feira (20/04) a sétima edição do Seminário Nacional Médico/Mídia, evento promovido pela Federação Nacional dos Médicos e pelo Conselho Federal de Medicina. O seminário reuniu no auditório do Sindicato dos Médicos de São Paulo, profissionais de medicina e da mídia com o objetivo de trocar experiências sobre a ética profissional que norteia as duas áreas, a rotina das profissões, o compromisso com a verdade, novas regras sobre a publicidade médica e a importância das redes sociais. O diretor de Comunicação e Imprensa do SIMESC, Renato Polli e a jornalista Carla Cavalheiro representaram o Sindicato catarinense durante os dois dias de atividades.
Desiré Callegari, do CFM foi palestrante do seminário e, ao falar sobre o tema "Ética profissional - médico versus mídia", destacou a importância do respeito mútuo entre as áreas de saúde e comunicação. Para ele, a transparência nas ações e a responsabilidade social são pontos necessários para que haja uma bom canal de comunicação. O conselheiro ressaltou ainda que a relação entre médicos e jornalistas melhorou muito nos últimos tempos.
Para o coordenador da assessoria de comunicação da secretaria municipal de Saúde de São Paulo, Murilo Pizzolotti, que compôs a primeira mesa do seminário na quinta-feira, cursos de media trainning auxiliam o médico a lidar com o jornalista. "É importante se preparar para uma entrevista, saber quem é o repórter e o que será conversado", explica. Ele disse ainda que existe um objetivo em comum entre os profissionais: a proteção à sociedade em busca da verdade.
A palestra "Profissão repórter, o compromisso com a verdade e com qualidade da informação" ficou sob a responsabilidade da jornalista Renata Afonso, repórter da Rede TV!. A profissional destacou que o médico precisa ter paciência para balizar o jornalista sobre o assunto tratado. "O jornalista precisa apurar todos os dados e entender sobre o assunto para passar a informação ao público de maneira interativa. Para isso, é preciso conhecimento e calma do entrevistado", segundo Renata. Ela fez, ainda, um alerta aos médicos para que tenham cautela no sentido de não revelar informações que realmente não possam ser divulgadas. "Não falem nada em 'off' com o jornalista, pois ele pode aproveitar aquela informação para dar um furo de reportagem", acentuou.
O debate "As novas regras para publicidade médica - Resolução CFM 1974-2011", foi aberto pelo publicitário Olavo Rocha, da Contexto Propaganda. Ele lembrou as funções da publicidade e disse que, "além de vender, a propaganda tem como função informar, educar, entreter e, por isso, tem uma série de responsabilidades". Para ele, a resolução do CFM veio a tempo de criar regras para que os profissionais da medicina se comuniquem de forma ética.
O conselheiro do CFM, o médico Emmanuel Fortes, explicou os motivos de se estabelecer novas regras para a publicidade médica. De acordo com ele, o objetivo foi criar critérios para nortear a propaganda na medicina. "Julgamos muitos processos e para proteger o médico e suprir a lacuna existente na legislação, assim decidimos fazer esse manual, respeitando a nossa Constituição", esclareceu.
"Media Training para dirigentes de entidades médicas" foi a palestra da jornalista Daniela Damaso. Ela deu dicas de como o médico deve lidar com a imprensa. De acordo com Daniela, o porta-voz de uma empresa ou instituição deve ter firmeza, empatia, conhecer o assunto, passar credibilidade, saber se expressar e fornecer informações úteis. Ela explicou também como tratar a imprensa. "Os médicos devem manter contato periódico com a imprensa, levantar e divulgar todos os dados possíveis, cumprir os casos sugeridos e procurar a imprensa em caso de crise", assinalou.
A jornalista Taciana Giesel e o profissional de Tecnologia da Informação, Walder de Miranda Júnior, desenvolveram, no fim do primeiro dia do evento, uma mini oficina web 2.0, destacando a importância das redes sociais na vida de médicos e jornalistas. "Novas tecnologias são muito importantes para conseguir atingir os objetivos no movimento médico e cabe às instituições impulsionar", afirmou Taciana.
Sexta-feira
A cobertura política em saúde e medicina na política, o sigilo do paciente e direito à informação, a internet como fonte de informação, a comunicação institucional e o poder da mídia foram os temas debatidos na sexta-feira.
O presidente da FENAM, Cid Carvalhaes, falou sobre a eficiência do seminário. "O bem da sociedade é a meta comum de médicos e jornalistas. Pretendemos com esse seminário refletir e debater o exercício das duas profissões na perda de preconceitos. Um evento como este, com os resultados que vimos alcançando, é exemplo a ser repetido várias vezes".
O jornalista da FSB Comunicação, Renato Strauss, iniciou o tema "A cobertura política em saúde e a medicina na política". Por meio de uma pesquisa, ele focou em dados onde a população afirma não se sentir suficientemente informada sobre as políticas públicas de saúde. "Onde entra o médico nesse cenário? Os médicos têm que levar os debates relevantes da categoria para a sociedade", aconselhou.
O 2º vice-presidente da FENAM, Eduardo Santana, completou dizendo a importância de se formar uma grande aliança. "É preciso construir respostas e ir às ruas, fazendo com que todos entendam e defendam nossos interesses", assinalou .
A palestra "O sigilo do paciente, o respeito ao atendimento e o direito à informação" foi aberta pelo jornalista do Senado Federal, Ricardo Westin. Ele colocou em debate a questão: "sigilo do paciente X direito à informação, até que ponto a doença de um paciente deve ser exposta à sociedade?" Segundo Westin, na maioria das situações, o que importa é o caso e não a identidade do paciente. "Se houver algum tipo de conflito, o médico deve consultar o paciente. Somente em um caso pode-se quebrar o sigilo, quando se trata de autoridade pública", explicou.

Continuando o tema, o médico do Cremesp, Renato Azevedo, falou sobre o que é vedado ao profissional segundo o Código de Ética Médica. De acordo com ele, é proibido fazer referências a casos clínicos identificáveis e revelar informações confidenciais, entre outros. "A quebra de sigilo só é permitida quando o paciente autoriza e tem isso por escrito e principalmente por motivo justo, quando pretendemos proteger a vida de terceiros", assinalou.
O debate "Dr Google - a internet como fonte de informação e de busca de dados para uma reportagem", foi aberto pela jornalista do site IG, Fernanda Aranda. Ela se baseou em dados que mostraram como as pessoas estão atrás da internet procurando medicamentos, informações sobre hospitais e histórias de outros pacientes. Aranda destacou como a internet deixou de ser passiva e passou a participar da vida da população, mas sempre de maneira desconfiada. "No Dr. Google abastecemos nossa necessidade de suprir dúvidas, podemos e devemos debater já que é um ambiente também duvidoso", assinalou.
Para Edinaldo Lemos, médico e dirigente da FENAM, não adianta a população confiar que o Google vai tratar. "O tratamento é humanizado, as pessoas podem até pegar informações, mas quem trata é o médico". Ele destacou o cuidado que devemos ter na utilização da internet e a consciência devida quando formos replicar notícias.
Durante a palestra sobre a importância da comunicação institucional, o presidente da FENAM, Cid Carvalhaes, abordou como uma instituição deve ter sua comunicação interna e externa com metas claras do que de fato pretende executar. "É preciso enfoque da intranet para que possamos, a partir disso, traçar a comunicação externa e atingir o nosso púbico". Ele ressaltou a complexidade da linguagem, onde nem sempre o que se ouve é o que é transmitido e para quem desejava-se transmitir.
O papel da assessoria de imprensa ficou sob responsabilidade do jornalista do CFM, Paulo Henrique de Souza. Estabelecer uma comunicação entre a entidade e o público, auxiliar a direção a tomar decisões corretas, enxergar oportunidades, e assim, se tornar um agente estratégico para gerar resultados com o fortalecimento da imagem do cliente é o objetivo da área. "O trabalho depende de confiança, insumos de trabalho, equipe, recursos financeiros, planejamento constante, respeito aos pontos de vista, análise das atividades e resultados", explanou. Ele ainda enfatizou que a sociedade é diversa e a assessoria tem a capacidade de fazê-la encontrar um consenso.
José Luchetti, jornalista da AMB, completou que a comunicação institucional também depende de seus dirigentes para fortalecer a marca e mantê-la como líder.
Wagner Belmonte, editor da Band News, iniciou a última palestra do evento "O poder da mídia e a liberdade de expressão", explicando como a comunicação é um ambiente de conflito. Para ele, compreender o papel da mídia pressupõe entender o contexto em que ela está inserida.
O secretário de comunicação da FENAM, Waldir Cardoso, finalizou o tema dando exemplos da mobilização no mundo a partir da internet e como podemos usá-la com consciência e a nosso favor.


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