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FENAM reúne presidentes de sindicatos e define ações da entidade

 A Federação Nacional dos Médicos (FENAM) realizou nesta quarta-feira (09), em Brasília, reunião com presidentes e representantes de sindicatos médicos do Brasil para analisar a situação da categoria. O grupo discutiu o resultado da aprovação da Medida Provisória 621, novas ações jurídicas e políticas da entidade, crise de relacionamento com o governo; arrecadação para publicidade institucional, entre outros temas.

Durante o encontro o presidente da FENAM, Geraldo Ferreira, ressaltou que a categoria deve se manter unida e continuar a luta pela defesa das bandeiras da entidade. "Nós estamos enfrentando um governo que tem um viés anti-médico. E isso é uma tentativa de fugir das responsabilidades como gestor para tentar tirar o foco dos reais problemas da saúde, que é o financiamento e falta de infraestrutura", destacou.

Além disso, o presidente da entidade sugeriu para que os presidentes dos sindicatos realizem fiscalização e levantamento de erros provocados pelos médicos não revalidados. "Nós temos que denunciar e fazer um levantamento de todos os problemas que surjam pelo oferecimento de uma saúde que não condiz com as necessidades da população brasileira. Essa assistência do governo é de baixa qualidade, com médicos sem comprovação de qualidade, que não falam português, não conhecem os protocolos do SUS e, em alguns casos, nem sabem os nomes dos remédios", explicou.

Para o presidente da Federação Regional Sul, Darley Rugeri, o Paraná vai iniciar a fiscalização nos médicos estrangeiros que estão chegando ao estado pelo programa, mesmo sendo poucos profissionais. Ele denunciou a grave situação no estado em que estão parados 600 leitos por falta de financiamento. "Nós não só podemos passar por cima de todas as nossas bandeiras, de tudo que acreditamos no sentido sindical e na saúde pública. Esse governo ofendeu todos os médicos brasileiros e eu não acredito em nada no que eles propõem. Nós temos que ser sindicalistas e defender o trabalho médico. Vamos ser fiscalizadores", destacou.

Já o ex-presidente do sindicato de Goiás, Leonardo Reis, lamentou a decisão do governo em financiar o regime de Cuba, devido ao repasse de dinheiro em troca de mão-de-obra dos médicos estrangeiros. "Essa mulher que está no poder assassinou a medicina [se referindo à presidenta Dilma Rousseff]. A nossa situação é deplorável e a tendência é piorar cada vez mais. Eu não vejo alternativa a não ser resistir cada vez mais frente as propostas descabidas dos seus assessores, como do ministro Padilha", alertou.

DEFINIÇÕES DA REUNIÃO: Ficaram definidas ainda como pontos de ação, a continuação das ações judiciais na busca dos direitos trabalhistas e reforçar as visitas ao Ministério Público do Trabalho, para denunciar a relação de trabalho e não de ensino no programa Mais Médicos.

Houve ainda a orientação para que os sindicatos médicos realizem a veiculação de peças publicitárias positivas, em homenagem ao Dia do Médico, próximo dia 18. Segundo Geraldo Ferreira o "tom verde" deve predominar, em alusão à esperança de que a luta continua.

Os participantes também acordaram como estratégia a apresentação de projeto de emenda caso a MP 621 vire Lei. "A FENAM fará isso para provocar novamente a discussão, continuando a luta pela realização de concurso público, criação de carreira de estado e defesa dos direitos trabalhistas aos participantes do programa. Temos que manter a chama acessa", destacou o presidente da federação.

O último ponto definido foi a divulgação de nota à imprensa, reiterando que a FENAM não realizou nenhum acordo com o governo a respeito do programa Mais Médicos, diferentemente do que foi divulgado em alguns veículos de comunicação.

Também estavam presentes na reunião e manifestaram opinião, por ordem de assinatura na lista de presença, a diretora cultural do SindMédico/DF, Lílian Lauton, o presidente do SindMédico/DF Gutemberg Fialho; o secretário de Direitos Humanos da FENAM, José Murisset; a presidente da Associação Nacional dos Médicos Residentes (ANMR), Beatriz Costa; o vice-presidente do SINMED/MS, Valdir Siroma; o presidente do SINDMED/PA, Waldir Cardoso; a presidente do SinMED/MG, Amélia Pessôa; a vice-presidente do SIMERS/RS, Maria Rita; o presidente do SIMESP/SP, Cid Carvalhaes; o presidente do SINMED/MS, Marco Antônio Leite; o presidente do SIMEC/CE, José Maria; o presidente do SIMESC/SC, Cyro Soncini; o secretário jurídico da FENAM, Vânio Lisboa; o tesoureiro do SINMED/RJ, Jorge Luiz do Amaral; o presidente do SINMED/RJ, Jorge Darze e o presidente do SIMEPAR/PR e diretor de Finanças da FENAM, Mário Ferrari.
Fonte e foto : Valéria Amaral/FENAM


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