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Mutirão de cirurgias: secretário mantém proposta de remuneração médica

 O secretário estadual de Saúde, Dalmo Claro de Oliveira, participou na quinta-feira (08/09) à noite de reunião do Conselho Superior das Entidades Médicas de Santa Catarina (COSEMESC). No encontro realizado na sede do Sindicato dos Médicos (SIMESC), o secretário confirmou que recursos federais para realização de cirurgias eletivas estão previstos para serem repassados ao Estado no início do próximo ano. Sendo assim, o valor proposto aos médicos e hospitais não será alterado por enquanto.

“Em Brasília foi acenada a possibilidade de mais recursos para mutirões, valores que serão agregados ao nosso mutirão. Nossa meta é estabelecer um programa de realização de cirurgias eletivas de forma incentivada tentando evitar assim a formação de listas de esperas”, afirma Dalmo.

De acordo com o secretário, o valor que será repassado ao Estado referente às cirurgias eletivas não foi confirmado, mas ele garante que serão suficientes para incrementar o pagamento dos médicos e dos hospitais e também ampliar o tipo de cirurgias oferecidas. Até confirmação de mais recursos, a proposta do governo segue a de R$ 200 para os médicos e R$ 100 para os hospitais a cada 50 cirurgias realizadas. “Concordo que o valor da tabela SUS é defasado”, acrescentou o secretário.

Para os representantes das entidades médicas, o fato do secretário estar buscando ações para incrementar a realização das cirurgias é positivo. Porém, o valor do repasse à categoria médica segue em questionamento. “Sabemos que os hospitais estão aderindo e que estão tentando negociar com os médicos. Os valores apresentados pelo secretário são os mesmos. Ainda reflete a tabela SUS. Reiteramos nosso discurso de que estes não são valores ideais. O mutirão é um programa importante para a população e apoiamos porque estamos nos hospitais e nos postos de saúde diariamente e sabemos o drama que é aguardar na fila por uma cirurgia. Mas isso não quer dizer que vamos expor a população a qualquer condição para a realização dos procedimentos”, afirmou o presidente do SIMESC, Cyro Soncini.

Para a presidente da Associação Catarinense de Medicina (ACM) e coordenadora do COSEMESC, Márcia Ghellar, a organização de mutirões é uma garantia de que as cirurgias serão realizadas. “Mas a secretaria de Saúde tem que estar atenta porque muitas vezes o que limita a cirurgia eletiva é a falta de condições de internação. Sem leitos para internar o paciente, como realizar os procedimentos?”, questiona.

Outros encaminhamentos
Durante a reunião, o secretário de Saúde foi questionado sobre outras situações relacionadas ao trabalho dos médicos da rede estadual em Santa Catarina discutidas em reunião realizada em agosto. Dalmo afirmou que todas as solicitações realizadas pelo COSEMESC estão sendo encaminhadas e que espera em setembro poder confirmar ações positivas em relação ao trabalho dos médicos do SAMU e das emergências.
Além de Cyro Soncini e Márcia Ghellar, participaram da reunião Ricardo Polli (presidente do Conselho Regional de Medicina – CREMESC), Wilmar Atahyde Gerent (CREMESC), Aguinel José Bastian Júnior (que assume a presidência da ACM em outubro), Rafael Vasconcelos (ACM), Vânio Lisboa (SIMESC), Eliane Soncini (SIMESC) e Maria Cristina Fortuna (SIMESC).


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