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Médicos saem às ruas em Santa Catarina para protestar contra governo federal

 

Médicos de pelo menos 18 municípios catarinenses cruzaram os braços nesta quarta-feira (31/7) para protestar contra a Medida Provisória 621 anunciada pelo governo federal para resolver a “falta” de médicos no Brasil. Em Florianópolis aproximadamente 500 médicos se concentraram em uma das principais ruas do centro da cidade.
Com jalecos brancos, balões e faixas pretas, simbolizando o luto pela atual situação da saúde, os médicos pediram mais recursos financeiros para o SUS, a defesa da carreira de Estado, a aplicação do exame Revalida para os médicos formados no exterior, reajuste devido aos médicos federais e a derrubada dos 10 vetos presidenciais ao ato médico.
Um enterro simbólico dos Ministros Alexandre Padilha (Saúde), Aloízio Mercadante (Educação) e Antônio Patriota (Relações Exteriores) também foram realizados. Ao som da marcha fúnebre, os presidentes das entidades médicas colocaram os caixões com as fotos dos ministros em sacos plásticos.
O presidente do Sindicato dos Médicos do Estado de Santa Catarina (SIMESC) e coordenador do Conselho Superior das Entidades Médicas (COSEMESC), Cyro Soncini, relembrou as palavras da cirurgiã Juliana, publicada em revista de circulação nacional “Sra. ‘presidenta’, eu sou uma médica de qualidade. O médico brasileiro é de qualidade. Os seus hospitais é que não são. O seu SUS é que não tem qualidade. O seu governo é que não tem qualidade. O dia em que a senhora presidenta abrir uma ficha numa UPA for internada num hospital estadual, pegar um remédio numa fila do SUS e falar que isso é de qualidade, aí conversaremos. Não cuspa na minha cara. Não pise no meu diploma. Não me culpe da sua incompetência."
“O que o governo está fazendo é uma afronta aos médicos e aos cidadãos que merecem saúde de qualidade. O que estamos vivendo hoje é um momento histórico de junção de forças e precisamos continuar saindo da zona de conforto para enfrentarmos essa situação”, afirmou o presidente da Associação Catarinense de Medicina, Aguinel Bastian Júnior.
“ O Conselho Regional de Medicina defende a boa medicina, mas como defender a medicina com essa falta de respeito do governo federal? Falta de diálogo com os médicos”, questionou o presidente do Conselho Regional de Medicina, Vicente Pacheco Oliveira.
Prefeito da capital recebe médicos e garante que não vai aceitar profissionais sem Revalida
Aproximadamente 100 médicos foram recebidos pelo prefeito de Florianópolis, Cesar Souza Júnior às 13h30 no gabinete municipal. Os representantes das entidades médicas entregaram um documento no qual pediam para que o prefeito não contratasse médicos do exterior sem a revalidação do diploma. O pedido foi acatado pelo prefeito, que solicitou que a Procuradoria do município publique um decreto sobre as contratações de médicos no município. “Tive a experiência de acompanhar em outras regiões médicos formados no exterior atuando sem qualquer tipo de preparo e por isso garanto que aqui em Florianópolis só serão contratados médicos capacitados e que tenham seus conhecimentos testados”, afirmou o prefeito.
Entidades Médicas conquistam apoio da Secretária da Saúde no respeito ao exame Revalida
“A Secretaria de Estado da Saúde (SES) não aceitará qualquer medida que coloque em risco a saúde dos catarinenses ou que desrespeite a lei”. Este foi o posicionamento da secretária Tânia Eberhardt, durante audiência com as entidades médicas de Santa Catarina, realizada na tarde de quarta-feira (31/7), quando os representantes dos profissionais de medicina obtiveram o apoio da gestora na busca do cumprimento da lei que determina que os médicos estrangeiros que venham trabalhar no Brasil sejam submetidos ao exame Revalida, que avalia a capacidade de atendimento de qualidade à população.
Os dirigentes denunciaram a ilegalidade do programa do governo federal de importação de médicos sem o exame, um dos motivos centrais da paralisação realizada pela categoria durante todo o dia, com manifestações e adesão dos médicos de mais de 20 municípios em todo o estado. As lideranças médicas solicitaram ainda que o posicionamento da secretária fosse divulgado junto a todas as prefeituras municipais, como forma de conquistar aliados do Revalida na defesa da saúde dos catarinenses.
 


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