Depois de quase duas semanas, o prefeito Marco Tebaldi (PSDB) finalmente se manifestou oficialmente sobre a prisão do ex-secretário municipal da Saúde Norival Silva (PSDB), investigado por suspeita de fraude com pagamento de fornecedores na Secretaria Estadual da Saúde. Em entrevista coletiva realizada ontem em seu gabinete, reforçou sua posição de apoio ao ex-braço direito, mas disse que atendeu ao pedido de exoneração de Norival por considerar o momento da vida pessoal e profissional "bastante delicado".
Tebaldi anunciou o nome do diretor-executivo da Secretaria Municipal da Educação, o engenheiro Paulo Santana, para comandar uma das pastas mais delicadas, mas que ao mesmo tempo tem a maior fatia do orçamento da Prefeitura para 2008: cerca de R$ 270 milhões, 27% do total. Depois das críticas de médicos sobre a decisão de indicar interinamente o tucano Cromácio José da Rosa, diretor administrativo-financeiro da Saúde, para comandar a pasta, Tebaldi optou por um nome técnico e sem filiação partidária. Santana vai assumir a função em 6 de fevereiro.
O nome do novo secretário surpreendeu. Sem experiência na área de saúde, Santana foi selecionado por ter "um perfil mais ou menos parecido com o de Norival, além de conhecer os serviços públicos", ressaltou o prefeito.
Prefeito diz que não precisa ser médico para ocupar cargo
Tebaldi manteve a posição de que não há necessidade de ser um médico à frente da secretaria, por entender que o cargo exige experiência em gestão. A escolha de Santana contrariou o pedido da Sociedade Joinvilense de Medicina (SJM), que na última semana divulgou uma nota cobrando a escolha de um profissional da saúde para o cargo. "Eles (a classe médica) foram um pouco oportunistas. Temos de retomar esses contatos, a sociedade precisa estar presente", disse o prefeito.
A afirmação repercutiu na SJM. Ainda pela manhã, os médicos se reuniram para discutir a escolha de Paulo Santana. À tarde, tiveram novo encontro com Tebaldi, que reafirmou o descontentamento com as declarações divulgadas pela SJM na semana passada.
Durante a reunião, o presidente da sociedade, Conrado Hoffmann, lembrou a Tebaldi que a classe médica esteve ao lado da Prefeitura em projetos importantes, como os mutirões para reduzir as filas de consultas e exames pela saúde pública em Joinville. Segundo Hoffmann, a intenção da SJM não era interferir na escolha do secretário e sim ser consultada para colaborar na escolha do novo nome. Santana recebeu a aprovação da classe.
Um outro encontro entre a SJM e o prefeito Marco Tebaldi devem marcar novo encontro após a posse de Paulo Santana na secretaria. O prefeito também comentou sobre a suposta fraude na Secretaria Estadual de Saúde e outros assuntos ligados ao município, como o aumento na tarifa da água e o corte das figueiras na rua Hermann August Lepper.
Fonte: Diário Catarinense - 25-01-2008