A secretária de Estado da Saúde Carmen Zanotto confirmou no final de semana que os R$ 600 mil de ajuda à emergência do Nossa Senhora dos Prazeres serão conveniados direto com o hospital.
Decepcionada com a declaração do diretor administrativo do hospital, Canísio Winkelmann, que disse que o recurso estava sendo mascarado, pois estava sendo repassado um recurso e retirado outro, Zanotto explicou aos prefeitos da Serra Catarinense que o convênio não passará pela Secretaria Municipal de Saúde de Lages.
"Não recebi nenhum documento formal do hospital dizendo que não aceitaria o apoio financeiro à emergência. A unidade não vai fechar e o repasse do dinheiro será direto ao hospital", reiterou Zanotto, lembrando que R$ 600 mil é bastante dinheiro. Ela fez um apelo para que haja boa vontade de todos na solução do problema.
O impasse da emergência do hospital se arrasta há meses. O corpo clínico alega que sem a remuneração de sobreaviso não tem como prestar o serviço e a direção do hospital se defende argumentando que não tem fôlego financeiro próprio para mantê-lo.
A situação já foi parar no Ministério Público e uma solução efetiva ainda não aconteceu. Mas com o repasse de R$ 600 mil direto ao hospital a emergência pode ser retomada pelo menos nos próximos cinco meses. O diretor do corpo clínico, Paulo César Duarte Júnior, teve ontem mais uma rodada de negociação com a direção do hospital.
"Os R$ 600 mil do Estado representam R$ 120 mil por mês, nos próximos cinco meses. Mas ainda tem de haver uma complementação de pouco mais de R$ 60 mil para alcançar os custos necessários para retomarmos o serviço", disse Paulo Duarte Júnior. Ele sugeriu que a direção da instituição encaminhe o pleito do complemento ao secretário de Saúde de Lages, Juliano Polese.
"Lages demanda 70% do volume de procedimentos da emergência. É justo que pague um pouco mais", justificou o médico. O que ficou evidente é que o corpo clínico aceita os recursos do Estado, mas precisa de complementação para ajustar o valor de acordo com a necessidade.
O diretor do hospital deve encaminhar hoje o pedido de apoio à Secretaria de Saúde de Lages. Em evoluindo a negociação, a emergência volta ao normal esta semana.
Fonte: Correio Lageano - 30-03-2010