Representantes do Sindicato dos Médicos do Estado de Santa Catarina (SIMESC) estiveram em Mafra para uma reunião com os médicos do hospital São Vicente de Paulo, quando foram esclarecidos os motivos dos profissionais terem sido cortados da escala de sobreaviso.
Segundo o relato dos médicos, eles tentaram reuniões com a administração do hospital para rever o valor do sobreaviso. Sem respostas, os médicos estabeleceram uma data para suspender o sobreaviso, o que fez com que a administração do hospital dispensasse os profissionais e contratasse médicos de outras cidades com remuneração mais adequada.
O presidente do SIMESC, Cyro Soncini, explicou que os médicos não tomaram a atitude correta e que o Sindicato só orienta a suspensão de atendimento após esgotadas todas as possibilidades de negociação. Lembrou, no entanto, que embora a administração tenha o direito de contratar quem preferir, o ideal seria optar pelos médicos da região.
"Os médicos sempre foram comprometidos com a população. Fazem parte do corpo clínico e têm um relacionamento com os pacientes. O hospital deveria valorizar quem trabalha na cidade”, afirmou o presidente.
O advogado do SIMESC, Rodrigo Machado Leal, reforçou a importância da representação do Sindicato nas negociações.“ A esfera jurídica é sempre a última opção. O nosso judiciário é muito demorado e nossa experiência comprova que por meio das negociações do Sindicato os resultados tem sido positivo. Os médicos não podem esquecer que o SIMESC é o representante legal da categoria e entre suas funções está lutar pelos direitos da classe”.
O diretor de Assuntos Jurídicos do SIMESC , Gilberto Digiácomo da Veiga, chamou a atenção para a redução de especialidades após a troca de profissionais. A população deixou de ter acesso a serviços como cardiologia, neurocirurgia e neurologia no sobreaviso. “Embora essas especialidades não estejam pactuadas no contrato com o Estado, não podemos deixar que um serviço que estava sendo prestado seja extinguido”.
Administrador do hospital recebe SIMESC
Médicos do corpo clínico e representantes do Sindicato dos Médicos conversaram com o administrador do hospital São Vicente de Paulo, Dário Clair Staczuk, que explicou que o Conselho do hospital interpretou a notificação de suspensão de atendimento dos médicos como uma atitude agressiva e que essa questão representou um divisor de águas no relacionamento com o grupo de profissionais.
O presidente do SIMESC pediu para que em futuras contratações os nomes dos médicos do corpo clínico sejam levados em consideração e que não haja represálias e nem dificuldades no atendimento diário.
Cyro reforçou a importância de voltar a disponibilizar o sobreaviso nas especialidades de cardiologia, neurocirurgia e neurologia “A população está acostumada com esse serviço. Este corte representa um retrocesso nos serviços prestados”, comenta.
Câmara de Vereadores
Na segunda-feira (11/8) a partir das 19h os médicos de Mafra terão um espaço para se pronunciarem na tribuna da Câmara de Vereadores. A administração do hospital São Vicente de Paulo também foi convidada.
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