A procura pela vacina no Estado de Santa Catarina quintuplicou na última semana, conforme dados da Secretaria de Saúde do Estado. O motivo seria as informações de proliferação da doença pelo país. A demanda, não esperada pela secretaria, causou a falta de vacina em algumas cidades e motivou a distribuição de mais 32 mil doses de vacinas, além do que normalmente é enviado no mês de janeiro.
Na Capital, o movimento nos postos de saúde é intenso desde a semana passada.
- Em apenas um dos postos da região central de Florianópolis, há duas semanas eram distribuídas cerca de 10 doses de vacina por dia. Na quarta-feira passada, foram 50. Hoje, o número já chega a 200 - contou Leonor Proença, gerente de imunização da Secretaria de Saúde do Estado.
Conforme a Secretaria de Saúde, não devem faltar doses da vacina se as unidades se organizarem para solicitar doses extras antes que estas cheguem ao fim.
- Se esperarem o estoque terminar, faltarão vacinas até que sejam enviadas nova remessa - avisou Leonor.
Nem todos precisam buscar a imunização
Só precisa receber a vacina quem estiver na área de transição ou planeje se deslocar para esses locais.
- Nosso temor é de que gente que não precise tome a vacina e, quando alguém que realmente necessite procure, a unidade esteja sem no momento. Algumas pessoas acabam não retornando ao posto nesses casos. É necessário que dentro das unidades também seja feita uma triagem para que isso não ocorra - alertou Leonor.
Na policlínica da Avenida Rio Branco, no Centro da Capital, por volta das 16h de ontem, cerca de 40 pessoas aguardavam pela dose, que tem validade de 10 anos. Entre elas, Mariana Fernandes, 25 anos, e os filhos, Carlos Osório e Anna Maria Fernandes da Silva, de 5 e 7 anos, respectivamente. A família, que embarcará para Brasília, cidade na lista da área de transição, esperou cerca de uma hora para receber a vacina.
Saiba mais
Os sintomas
Os sintomas mais comuns da febre amarela são febre alta, calafrios, mal-estar, vômito, dores no corpo, pele e olhos amarelados e sangramentos
A vacina é a única forma de prevenção. contr a doença. A dose é aplicada gratuitamente em postos de saúde de todos os municípios do país, além de salas de vacinação em portos, aeroportos e fronteiras. A proteção vale por 10 anos e deve ser tomada 10 dias antes da viagem para a área de risco.
O que é zona de Transição
É uma área onde o vírus da febre amarela circula de maneira epizoótica ocasional, ou seja, ocorrência de febre amarela nos macacos. Em geral são zonas de mata. Em Santa Catarina, não há registro de mortes de humanos ou animais por conta da febre amarela desde a década de 40.
As zonas de transição
Regiões Norte e Centro-Oeste, Minas Gerais, Maranhão, sul da Bahia e do Espírito Santo, regiões Noroeste, Missões e Central do Rio Grande do Sul, além do oeste do Piauí, de São Paulo, do Paraná e de Santa Catarina
Recomendações
Para moradores dos 28 municípios catarinenses da área de transição: manter a vacina atualizada.
Para as pessoas que se deslocam às cidades da área de transição de Santa Catarina, principalmente se forem entrar em matas: fazer a vacina no mínimo 10 dias antes da chegada ao local.
Para os residentes ou turistas das demais cidades de SC: não há necessidade de vacinação.
Para aqueles que se deslocam a outros estados do país com áreas de risco para a doença (as regiões Norte e Centro-Oeste, Maranhão e Minas Gerais, além do Sul do Piauí, Oeste e Sul da Bahia, Norte do Espírito Santo, Noroeste de São Paulo e o Oeste dos estados do Paraná e Rio Grande do Sul): fazer a vacina no mínimo 10 dias antes da chegada no local.
Contra-indicações
A vacina é contra-indicada a gestantes, imunodeprimidos - pessoas com o sistema imunológico debilitado - e pessoas alérgicas a gema de ovo.
Fonte: Diário Catarinense - 15-01-2008