Cientistas da Universidade Federal do Amazonas estão propondo um novo método para diagnosticar a tuberculose, com a ajuda do computador. Todos os anos a doença provoca a morte de três milhões de pessoas no mundo todo.
Até agora, o diagnóstico da tuberculose dependia do olho humano, pois era feito com microscópios. Com amostras colocadas em lâminas, divididas em cem partes cada, os médicos tentam encontrar os bacilos da doença. A visão é borrada e sem contraste.
Um levantamento do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, em Manaus, concluiu que quando o número de bacilos é pequeno a contagem é mais difícil e o erro de diagnóstico pode chegar a 58%. As falhas viraram um problema de saúde pública.
Enquanto não recebe o tratamento correto, o paciente continua transmitindo a doença. A tuberculose atinge 90 mil brasileiros todos os anos -- com maior incidência no Rio de Janeiro e Amazonas.
A doença é causada por uma bactéria que afeta, além do pulmão, órgãos vitais como os rins, o cérebro e o intestino e pode levar à morte.
Agora a Universidade Federal do Amazonas está desenvolvendo um programa de computador que poderá substituir o homem na função de dar o diagnóstico. Uma câmera ligada ao microscópio tira uma fotografia da lâmina com bacilos e a transfere para o computador.
A partir daí o programa de computador faz uma leitura da imagem. Identifica a presença de bacilos da tuberculose pelas cores e formas. Simula a visão humana e pode dar um diagnóstico mais preciso.
O programa deve ser aperfeiçoado pelos próximos dois anos. E pode ajudar na fase de triagem dos pacientes. No fim de dois mil e oito, o método começa a ser testado no Inpa.
"É muito bom para o paciente, que tem um diagnóstico mais correto e também para o microscopista ao evitar que ele tenha que trabalhar durante tantas horas na lâmina, dificultando sua visão, e também tira a culpa de si de muitas vezes não conseguir dar o diagnóstico correto", afirma Julia Salen, chefe da unidade de micobacteriose do Inpa.
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Fonte: Globo.com - G1 - 26-12-2007