Tomar banho de mar no litoral Sul do Estado não tem sido uma tarefa fácil. A incidência de águas-vivas tem se tornado uma preocupação até para os salva-vidas. A média de casos atendidos nos postos é de três ao dia desde o início da temporada de verão.
As ocorrências são tantas que impressionam até quem está acostumado com a rotina do trabalho na praia durante a temporada.
- Há sete anos que trabalho na Operação Veraneio e nunca havia constatado uma situação dessas aqui na Região Sul - explicou o capitão do Corpo de Bombeiros de Araranguá, Gustavo Campos.
De acordo com o oficial, são mais de 90 ocorrências registradas por dia no Sul do Estado, já que cada um dos 32 postos, espalhados entre a praia da Gamboa, em Imbituba, até os balneários de Passo de Torres, no Extremo-Sul, tem feito pelo menos três atendimentos diários a banhistas que apresentam queimaduras devido ao contato com as águas-vivas no mar.
- Está difícil de dar conta do nosso estoque de vinagre e soro fisiológico que dispomos para um primeiro atendimento - ressaltou.
Os banhistas também têm seguido a recomendação dos salva-vidas e procurado auxílio em hospitais da região. Os hospitais Dom Joaquim, de Sombrio, Regional de Araranguá, e o Hospital Bom Jesus dos Passos, de Laguna, já realizaram atendimentos de banhistas com queimaduras.
Situação deste ano é atípica, diz salva-vidas
O salva-vidas civil Carlos Alberto Rosso, 49 anos, sentiu na pele o que muitos banhistas sofrem. Ele teve o braço, um dos pés e as costas queimadas durante um treinamento de rotina no Balneário Rincão, em Içara. Em 12 anos de profissão, reafirma que a situação este verão é atípica.
- A minha pele ardeu por três horas. Para dormir foi difícil - relatou.
De acordo com Rosso, nos sete postos de salvamento do Balneário Rincão até Barra Velha, são realizados em média dois atendimentos ao dia, mas muitas pessoas tratam das queimaduras por conta própria.
Fonte: Diário Catarinense - 04-01-2008