População da região considerada Área de Transição da febre amarela já recebe a vacina em SC

A febre amarela urbana foi erradicada no Brasil em 1942. Como o vírus continua a circular na natureza, permitindo inclusive o registro de epizootias (morte de macacos, que são os hospedeiros do vírus) nos estados de Goiás, Minas Gerais, Maranhão e no Distrito Federal, o Ministério da Saúde está intensificando ações para prevenção e controle da doença em todo o país. Em Santa Catarina, somente 28 municípios da região do Extremo Oeste compõem a Área de Transição da febre amarela.
São consideradas áreas de transição aquelas nas quais o vírus da febre amarela circula de maneira epizoótica ocasional, apenas entre primatas. “A inclusão de alguns municípios catarinenses nesta Área se deve ao histórico das cidades, por ali terem sido registradas mortes de macacos nas décadas de 40 e 60, e também por a Área ser contígua ao Rio Grande do Sul, estado que apresentou epizootia em 2001”, observa o Secretário de Estado da Saúde, Dado Cherem.
Desde então, a população residente nesta Área vem sendo protegida através da vacinação contra a febre amarela. A vacina ainda é mantida no calendário de vacinação das crianças, a partir dos nove meses, e um reforço deve ser aplicado a cada 10 anos. Além de disponibilizar a vacina, a Secretaria de Estado da Saúde mantém vigilância sistemática do Aedes aegypti, que é transmissor da febre amarela na área urbana e da dengue. O controle dos focos evita tanto a sua instalação quanto a dispersão da doença.
Todos os 349 casos de febre amarela registrados no país, entre 1996 e 2007, dizem respeito a pessoas que se aventuraram em matas, onde já haviam sido registrados casos da doença, sem a devida vacinação. A febre amarela é uma doença febril aguda, de curta duração (no máximo 12 dias) e de gravidade variável. A forma grave caracteriza-se clinicamente por insuficiência hepática e renal, que podem levar à morte.
Na febre amarela silvestre o vírus circula entre os macacos que, no período de viremia, ao serem picados por mosquitos, passam o vírus a estes insetos. Se um homem entrar na mata sem a proteção da vacina e for picado por um mosquito infectado, passa a ser inserido no ciclo de transmissão (macaco ® mosquito silvestre ® homem).
Já na febre amarela urbana, o vírus é introduzido no ciclo pelo homem, em período de viremia. “Ao ser picado pelo Aedes aegypti , este vetor torna-se infectado, passa pelo período de incubação extrínseca e estará apto a transmitir o vírus para outras pessoas suscetíveis, iniciando o ciclo de transmissão homem ® Aedes aegypti ® homem”, diferencia Leonor Proença, gerente de Imunização da Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde. Para que a doença não volte a se manifestar em áreas urbanas, o Ministério da Saúde criou uma grande barreira sanitária, intensificou a vacinação nas regiões onde ocorreram casos e está investindo em ações sentinelas, para monitorar a morte de macacos e avaliar o risco de infecção de humanos.

Recomendações da Diretoria de Vigilância Epidemiológica da SES/SC:
Quem reside nos 28 municípios catarinenses considerados Área de transição deve manter a vacina atualizada.
Quem for se deslocar para os municípios da Área de Transição de Santa Catarina (principalmente se for adentrar em matas) deve se vacinar no mínimo 10 dias antes da chegada no local.
Quem reside ou está de férias nos demais municípios de Santa Catarina não tem necessidade de receber a vacina.
Quem for se deslocar a outros estados do país com Áreas de Risco para a doença deve se vacinar no mínimo 10 dias antes da chegada ao local. A Área de Risco compreende as regiões N orte e Centro-Oeste, os estados do Maranhão e Minas Gerais, além do Sul do Piauí, Oeste e Sul da Bahia, Norte do Espírito Santo, Noroeste de São Paulo e o Oeste dos estados do Paraná e Rio Grande do Sul.
Quem for se deslocar para outros países que exigem o certificado internacional de vacinação contra a febre amarela deve se vacinar no mínimo 10 dias antes da chegada ao local, conforme recomendação da Organização Mundial de Saúde
(http://anvisa.gov.br/paf/viajantes/certificado_internacional_vacinacao.htm).

As atividades de vigilância e controle do Aedes aegypti em todos os municípios catarinenses devem ser mantidas e frente a um caso suspeito de febre amarela deve-se comunicar, imediatamente, a unidade de Saúde mais próxima.

OBS: As figuras abaixo estão em anexo
Figura 1. Municípios da área de transição para Febre Amarela - Santa Catarina - 2008
Figura 2 . Áreas de risco para febre amarela silvestre  
Figura 3: Distribuição dos municípios com ocorrência de casos humanos e epizootias. Brasil, 2007/2008. 

Fonte: Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina - 10-01-2008


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