Escala programada até a virada do ano precisaria de pelo menos mais sete profissionais para cumprir o atendimento a todos que procurarem a unidade de saúde
Médicos da clínica médica da emergência do hospital Regional Homero de Miranda Gomes, em São José, na Grande Florianópolis, protocolaram no Sindicato dos Médicos do Estado de Santa Catarina (Simesc) nesta quinta-feira, um documento em que informam que do dia 21 até o dia 31 de dezembro, o setor funcionará com apenas um plantonista no horário noturno e em vários horários do período diurno.
De acordo com o documento, o atendimento se dará prioritariamente aos pacientes em risco eminente de morte, os encaminhados por outras unidades de saúde e os referenciados pelo Samu. "Estamos em véspera de festas de final de ano, a nossa região começa a ser procurada por muitos turistas, temos os casos de pessoas que misturam bebida alcoólica e direção. Vislumbramos como uma situação muito grave e o comunicado dos médicos é a forma deles se resguardarem quanto à prestação do serviço", informa o presidente do Sindicato, Cyro Soncini.
De acordo com o Sindicato, baseado nas informações do corpo clínico, seriam necessários pelo menos mais sete médicos para que os trabalhos pudessem ser realizados a contento. "Há um processo seletivo em andamento e pelo menos um médico deverá chegar para a emergência em janeiro. Mas ainda faltará gente para o atendimento. A secretaria de Estado da Saúde sabia o que estava acontecendo e não poderia ter deixado a situação chegar a este ponto e nesta época do ano que sabidamente, a população litorânea tem o acréscimo de milhares de turistas", reforça Cyro.
O presidente do Sindicato comenta que a falta de condições de trabalho, a saída de três médicos nos últimos meses, mais o período de férias e licenças dos médicos deste setor, contribuíram para agravar a situação. "E quanto mais tempo demorar para resolver essa questão da condição de trabalho, mais profissionais irão deixar o hospital", declara. "É preciso que urgentemente seja revisto o plano de ação para as questões da saúde. Nos últimos dias as informações não foram positivas para o setor e não é aceitável que erros de planejamento tenham emperrado a máquina. Atraso no repasse para a organização social atrasou salário dos profissionais do Samu dois meses seguidos e impede a negociação do acordo coletivo, cirurgias estão sendo canceladas nos hospitais filantrópicos por falta de repasse. E quem sofre com essa situação não são só os pacientes, mas os bravos servidores da saúde pública, responsáveis por manterem o sistema funcionando", conclui.
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