O superintendente dos Hospitais Públicos da Rede Estadual de Saúde, Lester Pereira, disse nesta quarta-feira que quatro médicos serão chamados para melhorar o atendimento no Hospital Florianópolis, na Capital.
Os pacientes reclamam da falta de médicos e da demora no atendimento. A cobradora de ônibus Josiane Amorim, que sentiu-se mal no trabalho, disse na segunda-feira que levou mais de quatro horas para ser atendida na emergência do hospital. Na sala de espera da emergência e fora do hospital, dezenas de pessoas estavam na mesma situação.
Os médicos também reclamam da situação. O médico Rodrigo Lemos diz que quando chega para trabalhar, já encontra 50 pacientes esperando. Somando os casos que chegam durante a jornada, ele atende 80 pessoas: um paciente a cada 7 minutos.
— A conseqüência é o aumento do risco de ter algum diagnóstico errado e alguma lesão séria para o paciente.
Segundo Lester Pereira, um dos motivos para o problema é o fato de que, de cada dez doentes atendidos na emergência do hospital, oito são de clínica básica e deveriam ser atendidos em outro local.
Ele explica ainda que, ao longo dos anos, houve defasagem de profissionais e, com o novo plano de carreira, é preciso 18 clínicos com jornada de 20 horas para fechar uma escala de 24 horas na emergência clínica do hospital.
— Nós já temos 15 médicos, fomos surpreendidos com o pedido de demissão de uma médica. Ficamos com 14. Precisamos de 18. Já chamamos dois e, na próxima semana, vamos chamar mais dois.
Segundo ele, é possível que os novos médicos demorem para assumir porque todo funcionário chamado tem 30 dias para optar se vai ficar no cargo ou não.
— Infelizmente a maioria dos chamados tem usado esse prazo até o limite.
Fonte: ClicRBS - 20-02-2008