A nova Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Universitário (HU) de Florianópolis foi inaugurada ontem pela manhã. Embora tenha 20 leitos, apenas sete entram em funcionamento devido à falta de profissionais. Não há previsão de quando os outros 13 leitos serão usados.
Para a UTI funcionar plenamente, um maior número de funcionários é exigido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Cada paciente precisa ser atendido por dois auxiliares de enfermagem por turno e para cada 10 leitos deve haver um enfermeiro e um anestesista.
Apesar de o reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Lúcio Botelho, e de o diretor-geral do HU, Carlos Alberto Justo da Silva, terem garantido que dez dos 20 leitos entrariam em funcionamento hoje, o diretor da UTI, Fernando Machado, disse que isso será impossível por causa do reduzido número de profissionais.
- Temos os melhores equipamentos que uma UTI pode ter hoje. O que falta? Pessoas para fazer essa estrutura funcionar - disse Machado.
Faltam leitos de UTI em Florianópolis
Os voluntários da Associação dos Amigos do HU entregaram, durante a inauguração, um dossiê à senadora Ideli Salvatti (PT), no qual apontam as demandas do hospital. A principal delas é a realização de um concurso público para contratar profissionais para a nova UTI.
Ideli disse que está procurando uma "solução transitória" até que um novo concurso seja realizado.
O reitor da UFSC disse que, além de novos concursos, é necessário aumentar o salário dos profissionais de saúde. Segundo Botelho, um funcionário de UTI, com terceiro grau completo, recebe em torno de R$ 1,4 mil por mês para trabalhar 20 horas por semana.
Outro problema no setor é o número reduzido de leitos públicos, de tratamento intensivo, na Capital. São apenas 36 em funcionamento.
- Rotineiramente, eu suspendo cirurgias de grande porte porque não há espaço na UTI. Não são emergências, mas são cirurgias nas quais o procedimento pós-operatório envolve tratamento intensivo - disse o diretor da UTI do hospital.
Todo hospital, segundo Carlos Alberto Justo, precisa ter 10% de suas vagas em unidades intensivas. No caso do HU, que possui 300 leitos, seriam 30.
Fonte: Diário Catarinense - 26-02-2008