Foi decretada situação de emergência na saúde em Fraiburgo, Meio-Oeste catarinense. Desde sábado, o atendimento médico-hospitalar está comprometido. Os oito especialistas do único hospital da cidade recusaram-se a prestar os serviços no último final de semana, além de não terem renovado o credenciamento médico junto à prefeitura.
O problema fez com que o prefeito Nelmar Pinz decretasse a situação de emergência na saúde. Por meio da medida, ele poderá contratar, em caráter emergencial, médicos em um período de 180 dias.
Segundo a secretária de saúde, Nilce Gomes, o problema se iniciou no final de dezembro. O contrato deveria ser renovado em janeiro, mas não houve acerto entre os médicos e a prefeitura. A falta de entendimento fez com que os serviços de de sobreaviso de emergência e urgência do Hospital Divino Espirito Santo fossem interrompidos. Diversos pacientes tiveram de ser transferidos para outras unidades.
— Desde dezembro, 18 gestantes tiveram de procurar os hospitais da região porque não conseguíamos mais atendê-las em Fraiburgo. O deslocamento e a falta de vagas são transtornos para o paciente. E se precisássemos de uma cirurgia emergencial, como ficaria a situação?— questionou-se Nilce.
Com a ausência dos especialistas no final de semana, um médico de Joaçaba realizou o plantão no hospital. Os casos mais urgentes foram transferidos para outras cidades.
— Mesmo assim, a população não ficou desassistida. Tivemos um comprometimento na especialidade de anestesiologia, mas todos foram atendidos pelo plantonista. O Hospital não fechou, nem irá fechar. Queremos a contratação de novos médicos para solucionar o problema — afirmou a coordenadora, Irmã Odete Morandini.
Uma determinação da Comarca de Videira autorizou a contratação imediata de novos profissionais e estabeleceu a multa de R$ 20 mil por dia para os médicos já contratados que não retomarem os serviços nos próximos dez dias.
— Eles (os oito médicos) trabalhavam havia três anos para a prefeitura e, simplesmente, abandonaram o serviço no final de semana. Entramos na Justiça porque precisamos garantir o direito da saúde a todos os moradores. Agora, estamos intensificando contatos com prefeituras e hospitais para encontrar profissionais que queiram trabalhar. Nenhum serviço de saúde será interrompido novamente — contou o prefeito Nelmar Pinz.
O diretor clínico do Hospital, e anestesiologista envolvida na paralisação dos serviços, Anderson Baccin, foi procurado pela equipe do Diário Catarinense e não quis se manifestar sobre o assunto.
Emergência na saúde
A população ficou sem atendimento nas áreas de cirurgia geral, anestesiologia, obstetrícia e pediatria.
Normalmente, são realizados 1.050 atendimentos no plantão do Hospital Divino Salvador e cerca de 2 mil pela prefeitura por mês.
Médicos interessados podem enviar currículos para prefeito@fraiburgo.sc.gov.br.
Mais informações: (49) 3252 3000
Fonte: DC - 03-02-2009