Os médicos da prefeitura de Florianópolis decidiram em assembleia nesta quarta-feira (16/5) paralisar os atendimentos na próxima semana a exemplo do que foi realizado nestas terça e quarta-feira. A categoria aguarda há um ano a suspensão do desconto ilegal na gratificação do PSF. Mesmo após negociações com a secretaria municipal de Saúde e de Administração, os médicos não conseguiram vislumbrar uma solução ágil para a situação que atrelada aos baixos salários, tem sido responsável pela evasão de médicos da rede municipal.
“Há um ano os médicos negociam com a prefeitura a suspensão de desconto ilegal. Hoje durante reunião com o secretário de Saúde e de Administração foi formada uma comissão que em 15 dias elaborará um projeto de lei que será encaminhado para a Câmara de Vereadores para suspender o desconto ilegal na gratificação do PSF. Porém, cansados de esperar uma atitude e posição do município os médicos irão sim manter o movimento e suspender o atendimento na próxima semana. Na semana seguinte serão três dias de paralisação”, informa o presidente do Sindicato dos Médicos de Santa Catarina (SIMESC), Cyro Soncini.
A suspensão das atividades ocorrerá nos mais de 50 postos de saúde da capital na terça e quarta-feira ( 22 e 23 de maio) e nos dias 29, 30 e 31 de maio. Apenas os atendimentos de urgência , emergência e os que não podem ser interrompidos serão mantidos nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA).
A comissão ampliada de médicos da prefeitura definirá até sexta-feira o calendário de atividades para esses dias de paralisação, que incluirá participação na assembleia dos dentistas, que também têm o mesmo problema com o desconto na gratificação do PSF. “O calendário será confirmado e amplamente divulgado para que a população não seja mais prejudicada do que já está sendo com a falta de médicos na rede muncipal de saúde”, acresenta Soncini.
95% de adesão
Durante os dois dias de suspensão dos atendimentos nesta semana (15 e 16 de maio) os médicos permaneceram mobilizados no período da manhã na unidade de Coqueiros e nas UPAS Norte e Sul. No local entregaram informativos à população e esclareceram dúvidas. Os profissionais também percorreram unidades de saúde da região para conversar com os médicos que ainda não haviam aderido ao movimento. Com a ação a adesão dos profissionais no segundo dia de paralisação foi superior a 95%.
De acordo com o diretor clínico da prefeitura de Florianópolis, Renato Figueiredo, a avaliação do movimento é positiva, principalmente pela grande mobilização dos médicos e por ter recebido o apoio da população. “ Tivemos a preocupação em informar nossos pacientes do motivo que estávamos paralisando e eles compreenderam. Estamos lutando por um SUS digno”, afirma.
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