Além dos médicos, dentistas, enfermeiros e auxiliares de enfermagem são prejudicados com desconto ilegal na gratificação do PSF
Enquanto a comissão de trabalhos da prefeitura de Florianópolis não finaliza o texto do decreto de lei que será enviado à Câmara de Vereadores para suspender o desconto ilegal que é realizado na gratificação do Programa de Saúde da Família (PSF), os médicos do município mantém o calendário de paralisação. Essa semana, os trabalhos serão suspensos na terça e quarta-feira (22 e 23/05) e na próxima semana as atividades serão suspensas na terça, quarta e quinta-feira (29,30 e 31/05).
De acordo com o diretor Clínico da secretaria municipal de Saúde, Renato Figueiredo a opção pela manutenção do calendário de suspensão de atividades representa a indignação pelos mais de 13 meses de espera para a solução do problema. “Os médicos entenderam que não vale mais voto de confiança. Enquanto o projeto não for encaminhado para votação – e a promessa é de que isso ocorra até o final do mês, será mantida a mobilização com paralisação de atendimento”, afirma.
Figueiredo explica que a paralisação dos médicos na semana passada ultrapassou os 90%. “Há médicos que não querem parar por motivos que respeitamos e os que não podem parar como é o caso dos médicos que estão de plantão nas UPAs nos dias das paralisações”, explica.
Reforço ao movimento
Conforme o presidente do Sindicato dos Médicos do Estado de Santa Catarina (SIMESC), Cyro Soncini, o desconto na gratificação do PSF afeta todos os servidores que atuam no programa. “Não é uma ilegalidade que está ocorrendo só com os médicos. Dentistas, enfermeiros, auxiliares de enfermagem também têm descontos gradativos conforme o tempo de trabalho”, explica.
A integração dos dentistas ao movimento deverá ser confirmada na terça-feira, quando os profissionais realizam assembleia para discutir o assunto. “Esperamos que os dentistas também iniciem o processo de pressão à prefeitura para que possamos juntos superar essa questão”, conclui Cyro.