Os médicos da prefeitura de Florianópolis suspenderão o atendimento por três dias na semana que inicia. Na terça, quarta e quinta-feira (29, 30 e 31/05) as consultas foram desmarcadas nos mais de 50 postos de saúde da rede municipal. Somente serão realizados os atendimentos nas UPAs norte e sul. O movimento é o terceiro realizado neste mês de maio e é a forma de pressionar a administração municipal a concluir o projeto de lei que após aprovado pelos vereadores e divulgado no Diário Oficial suspenderá o desconto ilegal que está sendo realizado na Gratificação do Programa de Saúde da Família (PSF).
Como nas outras paralisações, os médicos irão às UPAs reforçar o atendimento, panfletar e conversar com os pacientes sobre os motivos da paralisação. O desconto ilegal e os baixos salários pagos pela prefeitura da capital são os responsáveis pela evasão de mais de 100 médicos da rede municipal num período de um ano e meio. Nos últimos meses a prefeitura realizou seis processos seletivos mas não conseguiu as contratações necessárias para superar os problemas de espera dos pacientes.
Na terça, quarta e quinta-feira os médicos ficarão pela parte da manhã nas UPAs norte e sul e também no centro de saúde de Coqueiros. Na terça-feira à tarde realizam panfletagem no centro de Florianópolis. Na quarta à tarde, parte dos médicos volta a realizar panfletagem no centro e outra equipe irá apoiar os médicos delegados pelo Sindicato dos Médicos de Santa Catarina (SIMESC) que participa da segunda reunião da comissão que elabora o projeto de lei. Na quinta, a partir das 14h, os médicos participam de assembleia no hotel Floph quando definem os rumos do movimento. A expectativa é de que os médicos só suspendam as
paralisações pontuais quando o decreto for publicado em diário oficial.
Nas duas primeiras paralisações realizadas em maio o movimento teve 90% de adesão dos médicos. A negociação com a prefeitura de Florianópolis iniciou em abril de 2011. Em março de 2012, a prefeitura deu garantias de que o problema estava garantido, quando os médicos então decidiram em assembleia que iriam aguardar a assinatura de um decreto que suspenderia o o desconto. Após 40 dias de espera, os médicos foram informados que somente uma nova lei poderia regulamentar o pagamento da gratificação do PSF. "Observamos que os dirigentes municipais só se agilizaram com as paralisações e por isso a tendência é de que essa mobilização persista até que tudo esteja resolvido", afirma o presidente do SIMESC, Cyro Soncini.
Os demais atendimentos nos postos de saúde, incluindo as atividades da campanha de vacinação da Gripe A permanecem normais.