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Médicos residentes retornam às atividades no estado

Após 29 dias de paralisação por melhores condições de trabalho, aprendizagem e remuneração, os médicos residentes de Santa Catarina decidiram em assembleia, no dia 15 de setembro, aceitar a proposta do Governo Federal de reajuste de 22% no valor da bolsa e, com isso, voltar às atividades normais. Um grupo de trabalho interministerial também será criado e iniciará imediatamente a discussão das demais reivindicações: revisão anual do valor do benefício, pagamento de insalubridade, auxílio-moradia, gratificação natalina e reposição do valor restante de 16,7%.
O movimento nacional dos médicos residentes iniciou no dia 17 de agosto com a seguinte pauta de reivindicações: reajuste imediato de 38,7% no valor da bolsa, pagamento dos auxílios moradia e alimentação, instituição da gratificação natalina, fixação de data base anual e licença maternidade de seis meses. Com o fim da paralisação, a presidente da Associação Catarinense de Médicos Residentes, Graziela Zibetti Dal Molin, esclarece que as questões referentes à carga horária serão remetidas à Comissão Nacional de Residência Médica. A Associação Nacional de Residência Médica solicitou reunião em caráter extraordinário para deliberação imediata sobre a reposição de horas no período de paralisação.
Estima-se que o movimento no estado tenha contado com a adesão de cerca de 90% dos residentes, especialmente na capital e nos municípios de Joinville, Blumenau, Itajaí, Tubarão e Criciúma, que concentram a maioria dos programas de residência em Santa Catarina. Mais de 200 residentes compareceram à assembleia que marcou o início da paralisação, realizada no dia 17 de agosto na sede da Associação Catarinense de Medicina (ACM), em Florianópolis. Ações locais como campanhas de doação de sangue foram realizadas por todo o estado, como forma de lembrar a importância do movimento por melhores condições de trabalho e aprendizagem para a atenção em Saúde de toda a população.
Historicamente, o movimento dos médicos residentes antecipou conquistas da categoria, colocando-se na vanguarda dos acontecimentos. Foi assim em 1978, quando estimularam a primeira greve dos médicos em plena ditadura militar; também em 2001, alavancando o início da luta pela implantação da CBHPM (Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos) e, em 2006, quando fortaleceram o movimento pela criação da Gratificação de Desempenho e Produtividade Médica (GDPM) para os médicos servidores estaduais. O SIMESC acompanhou e apoiou o movimento, em todos os momentos, e das mais diferentes formas.


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