Médicos catarinenses participaram na sexta-feira (28/06) do primeiro dia do 16º Fórum das Entidades Médicas de Santa Catarina (FEMESC). O evento é coordenado pelo Conselho Superior das Entidades Médicas e ocorre no Praia Hotel, em Imbituba.
A primeira mesa do Fórum foi presidida pelo diretor Jurídico Adjunto do SIMESC, Leopoldo Back, e abordou o tema “Urgências e Emergência hospitalares: o que temos”. A médica pediatra Maria Cristina de Souza Neto relatou os principais problemas enfrentados na emergência do hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis. A falta de profissionais e a falta de estímulo financeiro para os mesmos foram alguns entraves elencados.
O chefe do centro cirúrgico do hospital Governador Celso Ramos, na capital e Secretário Geral do SIMESC, Roman Leon Gieburowski Junior, concordou que é necessário estímulo para os profissionais e quem sem recursos humanos o trabalho é prejudicado. Segundo ele após a recente contratação de mais profissionais para o hospital foi possível acabar com as macas nos corredores da emergência e aumentar o número de procedimentos cirúrgicos. “A cirurgia geral dobrou de 50 para 100 ao mês e o tempo de permanência do paciente no hospital também reduziu de sete dias para dois dias”
Embora tenham havido melhoras, Roman também destacou problemas como a falta de um local adequado para descanso dos médicos e o pequeno tamanho da emergência que aguarda há dois anos por uma solução. “É necessário apenas derrubar uma, mas só depois de dois anos é que saiu verba para a elaboração do projeto para reforma”, afirma.
O ginecologista e obstetra José Carlos Angioletti também participou da mesa e apresentou um panorama geral da situação dos hospitais Filantrópicos em Santa Catarina. “Hoje em Santa Catarina temos 76 hospitais filantrópicos. É um grande número e eles precisam de atenção pois a situação deles não se difere dos outros hospitais do Estado”.
O superintende dos hospitais públicos de Santa Catarina, Renato Castro, destacou a defasada tabela SUS como um dos principais motivos para a situação crítica em que se encontram os hospitais. Ele se colocou à disposição para tentar encontrar alternativas de mudança “O problema é nosso e nós temos que resolver. Não vamos esperar pela Dilma”, enfatizou.
Abertura
A abertura do evento além das lideranças locais contou com a presença de lideranças nacionais. O presidente do Conselho Federal de Medicina, Roberto D`avilla e o presidente da Federação Nacional dos Médicos, Geraldo Ferreira, aproveitaram o debate e pediram empenho dos médicos nas mobilizações por saúde de mais qualidade.
"Há anos estamos na rua reivindicando para que a sociedade se levante e lute conosco. Agora, com esta explosão cívica que percorre o Brasil, percebemos que uma das bandeiras é a saúde e melhorias nos hospitais públicos, onde o povo deixa claro que do jeito que está não pode continuar”, afirmou o presidente da FENAM.
A programação contou também com a conferência “Panorama Brasileiro de Atendimento às Urgências e Emergências” ministrada pelo coordenador Geral da Rede Brasileira de Cooperação de Emergência, Armando de Negri Filho. Ele apresentou pontos que estão sendo analisados para a criação de uma resolução do CFM para urgências e emergências.
Nenhum paciente internado no corredor ou leitos improvisados e o tempo máximo de espera do paciente de 12 horas nos serviços de atenção básica, foram alguns dos 13 ítens elencados por ele neste estudo. “Se colocássemos a resolução hoje em prática hoje nenhuma emergência no Brasil estaria aberta.
No sábado (29/06) a programação continua onde após uma mesa redonda para debater o tema, os participantes farão sugestões sobre o que pode ser feito para mudar essa realidade. As propostas serão apresentadas na Carta de Imbituba e divulgada publicamente pelas entidades que organizam o evento.
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