#

Médicos tentam contornar situação de atendimento na maternidade do hospital Regional

 Depois de ter sido fechada para pacientes externos e mantido atendimento referenciado no final de semana passado por falta de médicos para atendimento, a maternidade do hospital Regional Homero de Miranda Gomes, em São José, pode ter regularizada a situação de atendimento nos próximos dias.
“Os médicos estiveram com o secretário Dalmo Claro de Oliveira e ele comprometeu-se em ajustar a situação que coloca em risco os profissionais e as pacientes que buscam aquela unidade de saúde”, informa o presidente do Sindicato dos Médicos do Estado de Santa Catarina (SIMESC), Cyro Soncini.
Os ginecologistas e obstetras entregaram essa semana um documento ao SIMESC em que relatam os graves problemas de atendimento na maternidade por conta do número insuficiente de médicos, como o acompanhamento inadequado das gestantes em trabalho de parto, procedimentos cirúrgicos como cesarianas sem auxiliar, partos de alto risco sendo realizados sem condições adequadas entre outros casos que incluem a demora no atendimento, que tem sido em média de quatro a cinco horas.
Conforme o presidente do SIMESC, nesta quinta-feira deverá ser solucionada a situação da escala de plantão dos dias 23 e 24 de dezembro. Ocorre que os médicos decidiram por manter o atendimento às pacientes externas somente se a escala de plantão estiver contemplada com pelo menos três médicos. A secretaria da Saúde autorizou o chamamento de profissionais para suprir a defasagem da escala.
“A escala de plantão do dia 23 conta com um médico e a do dia 24 dois. Mas essa é uma situação que deve ser resolvida e caso isso não ocorra a direção do hospital tem a obrigação de informar à sociedade, ao SAMU e aos Bombeiros de que aquela maternidade está referenciada”, orienta o tesoureiro do SIMESC e médico ginecologista e obstetra no Regional, Vânio Cardoso Lisboa.
De acordo com Cyro Soncini, as reclamações dos médicos têm sido frequentes em relação à falta de pessoal. “Os relatos são os mais assustadores e tenho repetido que Deus está passando férias em Santa Catarina porque mesmo com quase 60 dias de greve não foi registrado nenhum caso de óbito por falta de atendimento. O que agravou o quadro que tínhamos no começo do ano, os profissionais que estão trabalhando estão, mesmo sob condições com as quais não concordamos e que colocam em risco a atividade profissional, honrando o compromisso com seus pacientes. É preciso que o governo abra a negociação para resolver essa situação. Pacientes e profissionais estão em permanente risco”, acrescenta.
Situação atual:Os médicos ginecologistas e obstetras da maternidade do Regional são responsáveis por em média 300 partos/mês. Estes profissionaisrealizam cerca de 80 atendimentos de emergência em ginecologia e obstetrícia por dia. São 50 leitos de internação nas enfermarias (puerpério, gestação de alto risco e internação ginecológica) além de pareceres, curetagens e outros procedimentos. Há três meses muitos plantões estão sendo realizados por apenas dois médicos em virtude de aposentadoria. A situação agravou-se com a greve.
“Na reunião, o secretário Dalmo informou da necessidade de realização de novo concurso público para suprir essa carência de médicos. Vamos aguardar. Porém não podemos contar somente com boa vontade. É preciso ação para suprir essa situação que mesmo com o fim da greve ainda permanecerá pendente de recursos humanos na saúde no Estado”, acrescenta Cyro.


  •