Em documento encaminhado esta semana ao SIMESC, a médica FabríciaSlomski Joly confirmou que pediu exoneração do cargo de diretora técnica do hospital Celso Ramos. Ela detalha no documento que mesmo com a emergência daquela unidade de saúde estar funcionando de maneira referenciada, pacientes continuam sendo levados para o local, inclusive de outros municípios.
Sem leitos ativos por falta de pessoal, há dificuldade em dar atendimento adequado aos pacientes. “Há alguns meses venho solicitando pelo menos quatro profissionais em cada setor crítico (emergência, clínica e cirúrgica e UTI) para completar a escala de maneira no mínimo adequada”, relata.
Conforme a médica, mesmo com o fim da greve, o hospital ainda ficaria carente de profissionais. “O déficit crônico dos servidores agravado nos últimos dois anos nos deixa sem possibilidade de prestar atendimento adequado”, informa.
Antes de justificar eticamente os motivos que levaram a exoneração do cargo, Fabrícia reforça o agravamento da situação com as festas de final de ano e o período de férias. “As consequências do aumento da demanda num sistema de saúde já precário é totalmente previsível, com agravamento e sequelas nos pacientes de menor gravidade e até potenciais óbitos de pacientes graves (o que, por muita sorte, ainda não ocorreu”.
“Desde o início do ano estamos denunciando a falta de recursos humanos nas unidades de saúde. Era uma situação alertada. Tivemos as denúncias do Instituto de Cardiologia. Fizemos dois abraços simbólicos à saúde catarinense para tentar sensibilizar o governador quanto a esta grave situação. Estivemos com o governador, expusemos a situação. Já tínhamos leitos fechados – como os 80 no hospital infantil Joana de Gusmão, agora temos o agravamento deste quadro porconta da greve”, relata o presidente do SIMESC, Cyro Soncini.