Por: Daniel Holthausen Nunes é médico dermatologista e diretor de Apoio ao Pós-graduando em Medicina do SIMESC (foto: Rubens Flôres)
Criada em 2005, por meio de uma cooperação tecnológica entre a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e a Secretaria de Estado da Saúde (SES), a Rede Catarinense de Telemedicina (RCTM) inicialmente oferecia telediagnósticos de eletrocardiografia, melhorando a acessibilidade tecnológica por meio do uso de redes na área da saúde. Em 2010, a RCTM e o Portal do Telessaúde foram unificados, formando o Sistema Catarinense de Telemedicina e Telessaúde (STT). Em mais de 10 anos de atuação, o STT, entre outras funções, tem promovido acesso facilitado a exames e laudos em unidades de saúde do Estado. Telerradiologia: Unidades de saúde, que utilizam equipamentos de radiologia e estão integradas ao STT, realizam telediagnóstico em radiologia, de diversas modalidades, por intermédio do sistema. Análises Clínicas: Com o fornecimento de tecnologia e suporte ao Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN), as análises clínicas são armazenadas e disponibilizadas em sistema on-line. Telediagnóstico em ECG e Dermatologia: Os eletrocardiogramas (ECG) e exames dermatológicos são realizados nas Unidades Avançadas de Telemedicina (UNATs) e enviados para o portal on-line do STT, onde os médicos especialistas emitem o laudo.
Em Santa Catarina o telediagnóstico em dermatologia foi implantado em 2011, com protocolos específicos para os cânceres da pele (melanoma e não melanoma), psoríase (grave) e hanseníase, com intuito de facilitar o acesso destes pacientes aos ambulatórios especializados mais precocemente.
Em 2013, por meio da deliberação 366/CIB/13 da SES/SC foi aprovada a utilização do telediagnóstico em dermatologia para classificação de risco e regulação dos pacientes, e os instrumentos para regulação da dermatologia via telemedicina.
A rede hoje está instalada em aproximadamente 250 pontos de unidades básicas de saúde (UBS) do Estado. O fluxo começa na atenção básica, quando o médico assistente suspeita de alguma lesão, em que haveria necessidade de encaminhamento, ele solicita o exame de Teledermatologia. Isso consiste em tirar fotos, de acordo com um protocolo pré-estabelecido, das lesões e encaminhá-las via portal de Telemedicina, ou seja, depois da coleta, os dados são transmitidos por intermédio de um ambiente desenvolvido na internete exclusivamente para o envio de dados correspondentes a cada paciente. Sempre que um novo caso é carregado no portal, os exames ficam disponíveis para o médico laudador (dermatologista) e pode ser acessado por meio de um sítio restrito para serem analisadas por ele, que emite o laudo em até 72 horas.
O número de exames laudados vem aumentando exponencialmente desde a implantação. Em 2013 foram 938, no ano seguinte 4.221, em 2015 foram realizados 9.359 e no ano passado, mais de 23 mil exames. Consequentemente a economia de dinheiro público, visto que em média, o Estado economiza R$ 106 por exame laudado, somente em termos de deslocamento e diária (gastos diretos), sem contar a economia indireta envolvida no processo. Em 2014, a economia calculada foi de mais de R$ 350 mil e projetada em 2015 e 2016 de aproximadamente R$ 2 milhões.