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SIMESC defenderá médicos do Hospital Nossa Senhora da Conceição

Entidade discorda da conduta da direção da unidade de saúde e diretor técnico após ataque público à categoria

Confira a carta do Corpo Clínico AQUI

Em reunião de diretoria executiva, o Sindicato dos Médicos do Estado de Santa Catarina (SIMESC),  confirma que irá tomar providências, inclusive judiciais, para tentar reparar os danos causados pelo diretor técnico do Hospital Nossa Senhora da Conceição, de Tubarão,  Cristiano Alexandre Ferreira, após as graves acusações aos integrantes do corpo clínico da unidade de saúde em pronunciamento à imprensa e à Câmara de Vereadores. Os advogados da Entidade preparam os documentos, que incluem denúncia ao Conselho Regional de Medicina (CRM/SC) e ação judicial na esfera pública.

“Nossa primeira orientação foi conversar, não para contornar, mas para esclarecer essa situação que expôs os médicos de maneira vexatória e os jogou contra a opinião pública. Não esperávamos que, em uma reunião que tinha o propósito de buscar um encaminhamento e que teve a participação de mais de 150 médicos, a direção tentasse colocar panos quentes. Saímos frustrados e não nos coube outra saída que não buscar o reparo da imagem da nossa categoria profissional. Estamos falando de médicos de conduta ilibada e de excelentes serviços prestados à sociedade”, declara o presidente do SIMESC, Cyro Soncini.

SIMESC defenderá médicos do Hospital Nossa Senhora da Conceição

De acordo com Cyro, os médicos pediram que a direção do hospital trocasse o diretor técnico. “É uma prerrogativa da direção, que não acatou a solicitação, mas que também não soube dar um encaminhamento. Temos relatos de intimidação e ameaças contra os profissionais”, acrescenta.

O presidente do Sindicato comenta que o diretor técnico afirma ter provas contra a má prática médica de alguns profissionais. “E por que as instâncias como CRM e Ministério Público não foram acionados? Optou-se por ir à imprensa expor todos como se os médicos tivessem valia nenhuma? Um tremendo problema que não conseguiu ser contornado pela direção do hospital, que nos parece, apoia a desmoralização da nossa categoria profissional”.

Carta

Organizado e coeso, o corpo clínico do Hospital Nossa Senhora da Conceição elaborou uma carta a respeito do assunto e que foi entregue à direção da unidade de saúde. “O documento lembra que estamos falando de um hospital que há mais de 100 anos presta relevantes serviços à comunidade. Não pode chegar alguém agora e dizer que ‘desde sempre’ há problemas e que os médicos são antiéticos e agem de maneira indigna à profissão. Se eles existem, por que nunca foram denunciados?”, questiona o vice-presidente do SIMESC, Leopoldo Alberto Back.

No documento, os médicos relatam que a entrevista não é o único problema que os médicos têm com o diretor técnico. “Nós médicos somos hostilizados nas mídias sociais, sofremos agressões de todo modo, ameaças constantes, diversas formas de intimidacão. Há momentos que se torna extremamente difícil entender quais as motivações de tantas agressões e perseguições alucinadas”, destaca um dos trechos do documento.

Na carta, os médicos citam atitudes que consideram de extrema gravidade como: “assédio moral, interferência na conduta médica, utilizacão do cargo para indicar procedimentos, desrespeito às escalas de plantões, retirada de colegas das escalas sem justificativas, agressões gratuitas,  mentiras, chantagens e ameaças e completa falta de educação, ética e moral”.

Os médicos confirmam compreender que há um novo modelo gerencial na Instituição “e queremos ser partícipes  deste novo tempo, porém todos os princípios devem se basear na ética, como preconiza o próprio modelo de governança corporativa da Associação Congregação Santa Catarina.  Queremos ser muito claros, não somos contra as mudanças propostas, mas entendemos que tudo deve correr nos melhores padrões morais e do bom princípio. Mesmo que os interesses venham a divergir o diálogo deve predominar e se ainda assim não houver um entendimento, podemos entender a importância do Hospital frente à comunidade, mas não é o que tem ocorrido nestes últimos tempos, as decisões são tomadas sempre à margem de qualquer discussão, somos tratados de forma muito estranha aos princípios de boa convivência, o diálogo se restringe a um monólogo, somente há uma versão para o fato, sabe-se lá como chegam as informações do corpo clínico à direção do Hospital, já que são levadas pelo diretor técnico”, enfatiza outro ponto do documento.

Os médicos citam também que durante esta gestão do diretor técnico, não foram respeitados os ritos do regimento interno, como reunião da comissão de credenciais, entrevista para entrada no corpo clínico e comunicações de punições. Os profissionais comentam também que os mecanismos legais para investigar, punir e dar o amplo direito à defesa foram deixados de lado e reforçam que o comitê de ética e CRM não foram acionados, nem mesmo quando de suposto assédio sexual a paciente, como foi extensamente divulgado pelo diretor técnico.

Para o presidente do SIMESC, os itens citados anteriormente, e que podem ser comprovados pelos médicos, são a munição para a condução das ações para a defesa dos envolvidos. “Houve uma quebra total de confiança e de relacionamento, que por consequência, gera uma insegurança para o corpo clínico. Sempre frisamos que o médico pode sobreviver sem um hospital, mas um hospital não sobrevive sem um médico. E se multiplicarmos para mais de uma centena de médicos com conflito de relacionamento, a situação mostra-se claramente muito grave e com consequências também para os que necessitam do hospital. O Sindicato está cumprindo o seu papel de defender a categoria”, encerra Cyro Soncini.

 


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