A pandemia do Coronavírus expõe novamente a situação grave vivida pelos médicos há muitos anos. O descaso das autoridades públicas e que se estende ao setor privado e ao das organizações sociais demonstra o quanto o médico é desvalorizado até mesmo quando precisa de apoio, equipamentos e condições de trabalho para enfrentar a doença que se espalha sem respeitar fronteiras.
Os médicos têm muitas obrigações e deveres e veem cada vez mais escassos seus direitos de trabalhador.
Médicos que têm contratos precários estão sendo obrigados a trabalhar horas a mais no enfrentamento ao Coronavírus sem remuneração adicional para tanto.
Médicos com contratos pessoa jurídica e que estão sendo afastados das atividades por idade, por doenças crônicas e gravidez, não terão salários ao final do período.
Esse mesmo médico não tem em sua rotina habitual direito e férias, 13º salário e tão pouco, descanso semanal remunerado.
Milhares de médicos em todo o Brasil estão sem equipamentos de proteção individual e outros milhares, estarão expostos ao trabalho com equipamentos sem certificação de qualidade.
Enquanto trabalhadores formais brasileiros recebem salários até o quinto dia útil de cada mês, os médicos levam calotes e sofrem com frequentes atrasos nos pagamentos.
Esse mesmo médico que salva vidas, coloca a dele em risco e corre o risco de não poder se aposentar porque não tem esse benefício garantido por causa dos contratos precários.
A Federação Médica Brasileira, ainda que compreenda a gravidade do momento, exige respeito ao trabalho médico e permanecerá vigilante para que nesse período de pandemia, os médicos tenham garantidos seus direitos trabalhistas.
Mantém viva sua luta história de busca pelas condições de trabalho e remuneração dignas, bem como, implementação da carreira de estado.
Não podemos mais aceitar que os médicos sejam respeitados pela sociedade e desprezados por quem os contrata.
Exigimos respeito e valorização ao médico brasileiro.
Abril de 2020.