Quase 80% afirmam falta de reforço nas equipes de saúde
Sobrecarga no sistema de saúde e difíceis condições de trabalho. Foi o que uma pesquisa realizada pelo SIMESC, entre os dias 10 e 17 de janeiro, com os médicos de Santa Catarina, confirmou. Veja AQUI.
Os profissionais que atuam nas unidades básicas de saúde e de pronto atendimento, hospitais públicos e privados, e SAMU constataram, em sua maioria, um aumento exponencial no número de atendimentos de doenças respiratórias. Alguns locais chegaram a apresentar crescimento de 200% a 300% na procura por assistência médica.
Nas respostas os médicos se queixam de cansaço físico e psicológico, equipes insuficientes, remuneração inadequada e falta de planejamento dos gestores.
Reforço na equipe
A maioria dos profissionais (77,8%) informou que não houve reforço na contratação de médicos. Outros quase 9% responderam ter ocorrido novos chamamentos e 15,6 % disseram que houve mais contratações, mas não o suficiente.
Quanto ao reforço de outros profissionais da saúde a situação é semelhante. A maioria dos médicos participantes (70%) respondeu que não houve reforço na equipe, 11,1% que teve mais contratações e 20% disse que houve reforço, mas não o suficiente.
“Certamente são necessárias ações rápidas para a ampliação de recursos humanos e desta forma, o atendimento possa ser realizado de forma adequada. Não tem mais como o médico ficar sofrendo de um lado com sobrecarga e o paciente do outro com longas horas de espera por atendimento. Para isso o chamamento precisa ser atrativo, com uma remuneração especial, tal qual fez o governo Estado, tendo em vista que são contratos temporários e de risco ou o resultado será ineficiente, como temos acompanhado em alguns municípios”, alerta o presidente do SIMESC, Cyro Soncini.
Estrutura física e equipamentos de segurança
A disponibilidade de novos consultórios/e ou espaços físicos que também seria uma alternativa para melhoria nos atendimentos, foi realizada em 17,8% dos locais. Outros 15% dos médicos informaram que houve a ampliação, mas não o suficiente. E 66,7% dos médicos responderam não ter havido modificações nas estruturas físicas.
Quanto aos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), a maioria confirma ter recebido adequadamente (62,2%), outros 17,8% têm acesso em parte, e 22,2% afirmaram não estarem recebendo a proteção necessária.
“A segurança do profissional de saúde é requisito básico para o exercício do trabalho. Muitos participantes relataram inclusive déficit na equipe devido a colegas que adoeceram”, comenta o diretor de Comunicação e Imprensa, Renato Polli.
Segundo Cyro, os dirigentes sindicais buscarão reuniões com os secretários de saúde para apresentação da pesquisa e busca de soluções. "O SIMESC recebeu diversas denúncias de médicos desde o começo do ano e tem atuado em parceria com as diretorias regionais para encaminhar estas questões”.
A pesquisa foi enviada por e-mail e divulgada nas redes sociais do SIMESC. Participaram médicos das cidades de Araranguá, Água Doce, Angelina, Balneário Camboriú, Blumenau, Botuverá, Correia Pinto, Capinzal, Chapecó, Criciúma, Florianópolis, Garopaba, Gaspar, Ipira, Itajaí, Itapema, Içara, Joinville, Lages, Meleiro, Morro da Fumaça, Maravilha, Navegantes, Ponta Grossa, São José, Santo Amaro da Imperatriz, Sombrio e Turvo.