Na quinta-feira, dia 26 de janeiro, dirigentes do SIMESC participaram de reunião on-line com médicos do Hospital Doutor Waldomiro Colautti, de Ibirama. Em pauta, foi discutida a questão das horas plantão e a necessidade de concurso público urgente para suprir a carência de profissionais no hospital.
O baixo número de médicos, resultante da falta de concursos públicos para suprir às necessidades do hospital, requer que os profissionais façam plantões de 24, 48 ou até mesmo de 72 horas, prática estabelecida há muitos anos, para que não houvesse falhas na escala ou prejuízo no atendimento à população. A concentração da carga horária é um problema pois, mesmo que haja uma concordância em relação ao tempo de plantão, por parte dos médicos da direção do hospital, isso se torna um obstáculo diante do Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina, que exige uma regulamentação de tal escala.
“Por se tratar de um hospital de médio porte, onde apenas dois, dos quase cem médicos, residem na cidade, onde são 27 médicos concursados e 72 contratados por processos seletivos, existem algumas considerações a serem feitas. Aa principal seria a dificuldades de se transitar na BR 470, também conhecida como rodovia da morte, onde acidentes sofridos por funcionários no trajeto do trabalho desestimulam a continuação do seu vínculo. A concentração da carga horária se dá, principalmente, para segurança do médico, o qual é o garantidor do atendimento à população pelo Hospital Doutor Waldomiro Colautti. Ainda em tempo, devemos lembrar que os médicos se deslocam dos mais variados pontos do Estado de Santa Catarina, do Paraná e São Paulo” disse a Secretária do SIMESC Regional Rio do Sul e médica do hospital, Janine Drebes.
O presidente do SIMESC Regional Rio do Sul, Alexandre Robles, relatou que houve desistência de um colega médico após um trecho da BR-470 ser interrompida. “O médico vinha ao hospital para assinar o contrato, mas desistiu após um bloqueio nas estradas e o difícil acesso até o hospital. Esse é outro entrave grande que enfrentamos aqui no município”.
O advogado Rodrigo Leal esclarece que mesmo que exista um acordo entre o hospital e os médicos, “há na lei interpretações sobre questões como, por exemplo, esgotamento físico e técnico, que pode vir a prejudicar o tomador final, que é o paciente. É um entendimento jurisprudencial que se entende que existe limitações na garantia da capacidade técnica para com a qualidade do serviço público”, explica.
No que diz respeito à urgência de concursos públicos, Janine comenta que se faz necessário, uma vez que não há interesse por parte dos médicos em realizar processos seletivos por conta de dificuldades como a logística e pelo valor salarial. “Na ginecologia, por exemplo, não houve inscrição nos últimos três processos seletivos. Na anestesiologia, as desistências são frequentes”, disse Janine
O diretor de Assuntos Jurídicos, Roman Gieburowski, disse que levará a questão para a reunião de Diretoria Executiva do Sindicato e que, neste primeiro momento, é importante tratar sobre o assunto com o Superintendente dos Hospitais do Estado, Roberto Henrique Benedetti. “Acredito que não haverá dificuldade em marcar uma reunião com o superintendente, pois sei que ele tem interesse em discutir assuntos relevantes para a categoria. E o SIMESC também tem muito interesse em resolver esse problema para que tudo ocorra dentro da Lei”, concluiu Roman.