O segundo dia do 3º Congresso Ordinário da FMB, realizado no dia 8 de novembro no Sindicato dos Médicos de Minas Gerais, em Belo Horizonte, contou com o Ciclo de Palestras sobre Remuneração Médica. A comitiva do SIMESC acompanha os trabalhos representada pelos diretores Vanio Lisboa, Cyro Soncini, Fabio Schneider, Renato Polli e Zulma Carpes.
O presidente da FMB, Tadeu Calheiros, ressalta a importância das discussões para o futuro da classe médica. “Essas discussões são essenciais para avançarmos em um tema tão crucial para a valorização do trabalho médico e para a qualidade da assistência oferecida. Precisamos de políticas que garantam uma remuneração justa e compatível com a complexidade e a responsabilidade da profissão médica. É fundamental que esses debates continuem evoluindo, trazendo soluções que realmente façam a diferença na vida dos médicos e, consequentemente, no atendimento à sociedade”, destacou Tadeu, reforçando o papel da FMB em conduzir essas pautas com seriedade e empenho.
Fernando Luiz de Mendonça, presidente eleito da FMB, complementou destacando a missão que a nova gestão terá pela frente. “Não se trata apenas de melhorar a condição de trabalho do médico, mas de assegurar que a medicina seja exercida com a dignidade que a profissão exige, sem que o médico tenha que abrir mão de qualidade de vida para dar conta das demandas”.
Palestras
O conselheiro federal por Minas Gerais, Alexandre de Menezes Rodrigues, abriu a discussão com o tema Olhar Ético sobre a Remuneração Médica. “A partir de 2025 estaremos aumentando em 30 mil médicos por ano no Brasil e esse debate precisa ser mais intenso. Temos 149 escolas particulares abertas no mesmo período em que foram abertas 60 escolas públicas. Para ter qualidade na escola médica privada, ela não pode custar menos de R$ 8,5 mil por mês para entregar um ensino de qualidade”, aponta ao citar que de 2013 até o momento, foram abertas 190 novas escolas de Medicina.
Cláudia Navarro de Lemos, vice-presidente Regional Sudeste da Associação Médica Brasileira, apresentou o tema A Remuneração Médica na Saúde Suplementar. “A Medicina está sempre em evolução e em 2018 iniciou o processo de revisão da curva de ascensão dos valores dos portes de procedimentos da CBHPM. É importante o ordenamento em complexidade, por ela ser aplicada e já ser aplicada em vários modelos de remuneração, a importância de ela ser cada vez mais fortalecida. O ideal é que tivéssemos todos os honorários da saúde suplementar em um ordenamento como temos na CBHPM”, destacou ao apresentar a Unidade de Custo Operacional 2023-2024.
Helton Freitas, presidente da Seguros Unimed e da Fundação Unimed apresentou O Sistema Cooperativista, Seguros e a Remuneração Médica. “A Unimed é o maior sistema cooperativo de médicos do mundo. É líder de mercado de planos de saúde no Brasil, com 339 cooperativas presentes em mais de 92% do país, com 116 mil médicos cooperados. Registramos um aumento desproporcional dos procedimentos ambulatoriais em relação às internações e por isso, temos que pensar no todo e não somente na remuneração médica”, aponta ao citar ampliações das coberturas obrigatórias sem a devida contrapartida de receitas para cobrir os custos.
O deputado federal Eduardo Veloso, relator do PL 765/2015, que trata sobre o piso de médicos e cirurgiões dentistas falou sobre O Piso da Categoria Médica e o Processo Legislativo. “As pessoas têm orgulho em serem atendidos em hospital particular, em que são reconhecidos e não querem buscar outro emprego. O reconhecimento é um fato chave. Trabalhar satisfeito não tem preço. É caro, mas vale a pena. Reflete na qualidade do atendimento”, explicou. O deputado apresentou seu Projeto de Lei e sugeriu: “Acredito em um salário mínimo nacional e a criação de salários regionais para todas as profissões”.
O diretor do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais, Artur Mendes, também participou do debate com o foco A Remuneração Médica no Cenário Atual. “O aumento do custo do setor saúde afeta diretamente a remuneração do profissional médico. Hoje temos dificuldades de atração de profissionais por causa da remuneração. O piso do médico precisa refletir a realidade. Não é expectativa de enriquecimento, é de fato buscar o valor ao que esse profissional faz”, destacou.
O diretor de Comunicação da FMB e vice-presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará, Edmar Fernandes, abordou o tema Os Valores de Referência da FMB para a Remuneração Médica. “A sugestão apresentada é termos um valor de referência de remuneração que seja real e possível ser pago aos médicos de acordo com cada região do país. Os argumentos que criam números mágicos se descontroem porque não conseguem virar realidade”, destaca.