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François Muleka e Julianna Rosa de Souza lançam livros na Fundação Cultural BADESC

Autores participam de evento gratuito marcado para 13 de setembro, em Florianópolis

 

               Na terça-feira, 13 de setembro, a Fundação Cultural BADESC, em Florianópolis, promove o lançamento de dois livros: “Precioso”, de François Muleka e “O Teatro Negro e as Dinâmicas do Racismo no Campo Teatral”, de Julianna Rosa de Souza. O evento é gratuito e começa às 18h.

               Natural de São Paulo e morando há 15 anos em Florianópolis, François, que é cantor, compositor e multi-instrumentista, faz sua estreia na literatura. “Escrevi este livro com a intenção de me tornar escritor. Faço-me escritor neste livro”, destaca o autor de “Precioso”.

François conta que a literatura entrou cedo na sua vida. “Nasci uma coisa, logo inculcaram-me dois nomes que são um, a tradução do outro: Francisco e François. Aos 22 de março de 1985 começou minha relação com as palavras e com a literatura e a poesia”, explica.

 

“Precioso”

               O autor conta que o livro é um misto de baú de curiosidades. “Nele estão registros de estudos neurocientíficos, caderno e diário de bordo com composições e cifras, letras e ilustrações diversas, além de exercícios poéticos”, compartilha François.

               “Precioso”, com 100 páginas, faz parte de uma espécie de suíte de trabalhos artísticos homônimos, entre eles um filme com o mesmo nome, que estreia em 25 de setembro na programação oficial do Florianópolis Audiovisual Mercosul (FAM) e de uma exposição de artes visuais com esculturas, pinturas e instalações, que foi apresentada em março de 2022 no Museu Meyer Filho, em Florianópolis, com curadoria de Vento Lima, Francine Goudel e Juliana Crispe.

               Para François, fazer o lançamento do livro de estreia ao lado da Julianna Rosa de Souza é uma grande alegria. “Estar ao lado da Julianna neste lançamento propicia um ambiente muito rico e promissor para escritores como nós”, enfatiza.

 

Dinâmicas do Racismo no Campo Teatral

               Julianna Rosa de Souza, natural de Florianópolis, vai lançar neste dia o livro “O Teatro Negro e as Dinâmicas do Racismo no Campo Teatral”.  Doutora em Teatro pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) e fazendo Pós-Doutorado em Estudos Culturais, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Julianna conta que a escrita faz parte da sua vida desde muito cedo.

“Como mulher preta e de periferia, fui internalizando a ideia de que para ser alguém na vida era preciso saber ler e escrever bem. Então, minha mãe, Marlene Rosa, fez uma alfabetização precoce em casa e com 4 anos já estimulava a escrita do nome, e reconhecimento das letras”, compartilha.

Julianna, que entrou na graduação em pedagogia aos 17 anos e dois anos depois

na Cia Vanguarda de teatro, destaca que foi neste período que ela começou a compreender a escrita e a cena como espaços de profissionalização.

“Já são 15 anos de experiência com escrita acadêmica, publicações de artigos, capítulos de livro e mais recentemente, a partir da pandemia, a publicação independente e artesanal do livro “Luto, Pássaros e Folhas”, em 2020, com uma escrita poética sobre cura e identidade e na parceria conta com as ilustrações de Daniella Alves e poema de abertura de Iyá Leke”, comenta.

Com três livros já publicados: “Luto, Pássaros e Folha” (2020), “O Teatro Negro e as Dinâmicas do Racismo no Campo Teatral” (2021) e a peça teatral “Sentença ou Sobre a Fúria da Filha Resignada” (2022), Julianna tem ainda no currículo a participação em outras publicações. 

O livro, que será lançado na Fundação, tem 262 páginas e prefácio de Leda Maria Martins e contracapa de Júlio Cesar de Tavares.  “O Teatro Negro e as Dinâmicas do Racismo no Campo Teatral” foi publicado pela editora Hucitec em parceria com a Capes e o Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da UDESC.

“O livro é resultado da tese de doutorado em teatro na UDESC, e parte de uma busca por compreender como a categoria raça opera no campo artístico e logo quais as formas de resistência de artistas negras, negres e negros contemporâneos”, adianta a autora.

               Ao longo da pesquisa Julianna fez entrevistas com o Coletivo Nega de Santa Catarina, Coletivo Negro de São Paulo, representado por Jé Oliveira, Aldri Anunciação (autor de Namíbia, Não! e Medida Provisória) e Grace Passô.

               “Fazer o lançamento na Fundação é representativo e estratégico. E fico feliz em estar ao lado do François Muleka neste evento, principalmente por ser um reencontro permeado de afeto e poética”, completa.

               As publicações vão estar disponíveis para venda com os autores no dia do lançamento. A Fundação Cultural BADESC fica na Rua Visconde de Ouro Preto, 216, no Centro de Florianópolis e o horário de visitação é de segunda a sexta, das 13h às 19h.

 

Sobre os autores:

François Muleka

É cantor, compositor e multi-instrumentista brasileiro de origem Congolesa.  Já lançou quatro álbuns autorais e em 2017 sua obra em coautoria com Marissol Mwaba (que também é irmã de François), "Notícias de Salvador", ficou conhecida na voz de Luedji Luna, indicada ao Latin Grammy 2021 com o disco "Bom Mesmo É Estar Debaixo D'água", cuja faixa-título também é parceria com o artista. “Precioso” é o primeiro livro de autoria do artista e faz parte de uma suíte de obras homônimas em várias linguagens: “Precioso”, a exposição de obras visuais apresentada no Museu Meyer Filho, em Florianópolis, e do filme “Precioso”, que estreia em 25 de setembro no Florianópolis Audiovisual Mercosul (FAM) 2022.

 

Julianna Rosa de Souza

É artista, mulher negra, LGBTQIA+, do bairro do Jardim Zanellato, região periférica da Grande Florianópolis/SC. Professora Doutora em Teatro com tese defendida no Programa de Pós-Graduação em Teatro (PPGT/UDESC) e autora do livro O teatro negro e as dinâmicas do racismo no campo teatral (2021). Integrante do Núcleo de Estudos Negros (NEN) de Santa Catarina e pesquisadora no Observatório de Mulheres Negras OJU OBIRIN, grupo de pesquisa do CNPq na UESB - Bahia. Pós-doutoranda em Estudos Culturais no Laborátorio de Estudos Negros (LEN) do Programa Avançado de Cultura Contemporânea (PACC) na UFRJ.


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