O Hospital Santa Inês, em Balneário Camboriú, Litoral Norte do Estado, reduziu em 30% o número de internações pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A medida foi tomada na última terça-feira para garantir medicação para os pacientes. Os atendimentos de urgência e emergência pelo SUS estão sendo realizados normalmente.
O hospital está passando por sérias dificuldades financeiras. A gravidade do problema fica mais evidente pelo fato de que as dívidas estão acumuladas há mais de dois anos. O déficit ultrapassa R$ 7 milhões, sendo que a dívida com fornecedores de medicação é de mais de R$ 1 milhão.
- Está faltando medicamento porque os fornecedores não querem vender. Só vendem pelo preço estipulado por eles e com pagamento adiantado. Não conseguimos negociar, pois estamos devendo. Por isso, foi preciso reduzir o número de internações - explicou o procurador do hospital, Luiz Fernando Brito.
Desde terça-feira foram desativados 47 leitos. A área de isolamento para pacientes com doenças infecto-contagiosas, que conta com sete leitos, também foi fechada. O hospital está com 120 leitos ativos para receber os pacientes que precisam ser internados.
Um grupo de médicos, que atende no pronto socorro adulto e na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), encaminhou uma carta à administração do hospital e para o Ministério Público solicitando o recebimento dos salários atrasados até o dia 11 de maio, caso contrário eles deixarão de trabalhar, informou Brito.
- A dívida com os médicos é de R$ 370 mil e, se eles não receberem, não vão trabalhar. A única solução será fechar as portas do hospital. Reduzir a internação pelo SUS foi uma medida emergencial, mas não irá solucionar o problema. Não estamos fazendo terrorismo, mas a situação em que o Santa Inês se encontra é caótica - afirmou o procurador.
Região de abrangência tem 470 mil pessoas
O Santa Inês é um hospital regional, cuja abrangência inclui 470 mil pessoas, segundo o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Noventa e cinco por cento dos seus atendimentos e internações são feitos pelo SUS, o que corresponde a cerca de 600 internações e 8 mil pacientes atendidos por mês na urgência/emergência.
- Queremos manter o funcionamento do hospital e para isso precisamos da ajuda dos órgãos competentes.
A gerência regional de saúde foi comunicada da situação e esperamos que o governo do Estado tome alguma providência - concluiu Brito.
Fonte: Diário Catarinense - 27-04-2008