29-01-2008 - Congresso aborda situação irregular de escolas médicas na América Latina

A existência de faculdades de medicina não reconhecidas pelos governos de seus próprios países foi um dos temas debatidos durante o 6º Congresso Médico-Social realizado nos dias 24 e 25 de janeiro, em Cumaná, na Venezuela.
O presidente da Confederação Médica Latino-Americana e do Caribe (Confemel), Marco Antônio Becker, que participou como palestrante do encontro a convite da Federação Médica Venezuelana, disse que esse é mais um problema que acaba repercutindo no atendimento de saúde à população.
"Cursos de medicina não reconhecidos pelos ministérios de Educação são ameaça à saúde pública. Muitos médicos com diplomas dessas faculdades entram no Brasil tentando trabalhar e, em alguns casos, conseguem revalidá-los por via judicial", alerta Becker, que preside também o Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers).
O Cremers está mantendo contato com os ministérios de Educação de todos os países latino-americanos para saber quais as faculdades que são legalizadas, para avaliar a procedência de médicos formados no exterior.
Outra preocupação das entidades médicas é em relação a acordos que estão sendo firmados pelos países da América Latina (inclusive o Brasil) para facilitar a revalidação de diplomas de médicos formados em Cuba.
"Não há necessidade de importar médicos de outros países. Em muitos casos, são médicos de formação duvidosa, que servem apenas para atender interesses de governantes. No caso do Brasil, por exemplo, existem 315 mil médicos em atividade. O governo precisa criar um plano de carreira para médicos do SUS e efetuar medidas que promovam a interiorização dos médicos de modo a atingir as áreas mais distantes", destaca Marco Antônio Becker, acrescentando que "os problemas de assistência de saúde são praticamente iguais em toda a América Latina".

Fonte: Cremers - 29-01-2008 
 
 


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