Contrários à troca do diploma de médico pelo de bacharel em medicina, estudantes gaúchos realizam manifestação na próxima sexta-feira, 17/10, em Porto Alegre, que marcará o Dia do Médico, comemorado no sábado, 18 de outubro, e a luta pela reversão de resoluções de universidades que já mudam a titulação.
O posicionamento contrário dos estudantes foi definido em assembléia realizada no Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), no último dia 30, quando eles também decidiram pela mobilização de sexta e pelo envio de um documento contra a mudança a deputados federais e senadores. Os estudantes afirmam que a troca desqualifica a formação do médico e não se ajusta ao caráter de atuação da área.
O Simers e a Federação Nacional dos Médicos (Fenam) vão solicitar audiência com o ministro da Educação, Fernando Haddad, para mostrar o prejuízo aos estudantes e a médicos já formados, que receberam diploma com bacharel em medicina. No Rio Grande do Sul, as faculdades de medicina da UFRGS e da UFCSPA já alteraram o nome. Acadêmicos cobraram justificativa. A desculpa foi que o MEC exigiu.
Um abaixo-assinado está percorrendo as 11 escolas médicas do Estado em busca de apoio ao movimento, que é inédito no País. No dia 17, a meta é realizar a passeata e o ato público para mostrar à população a importância de manter o diploma de médico e que o foco deve ser a maior qualidade do atendimento e mais recursos para o Sistema Único de Saúde (SUS). "Vamos mostrar força. A assembléia é prova de que os futuros médicos não aceitam essa mudança sem sentido", destaca o diretor do Simers, André Wajner.
A vice-presidente do Sindicato e membro da diretoria da Fenam, Maria Rita de Assis Brasil, ressaltou que a luta busca respeito à profissão médica. O diretor da Associação Médica do Rio Grande do Sul, Jorge Utaliz, declarou que as três entidades médicas gaúchas - Amrigs, Conselho Regional de Medicina (Cremers) e Simers, farão ação conjunta.
O Simers ingressará com ações judiciais para restabelecer o diploma para formados em 2007 e 2008 e assegurar que quem fez vestibular e ainda cursa a faculdade não tenha de receber a denominação de "bacharel em medicina". As ações serão impetradas nas próximas semanas pela assessoria jurídica da entidade.
Fonte: FENAM - 14-10-2008