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03-03-2008 - Blumenau: Atrasam 4 mil testes do pezinho

O professor universitário Edison Luiz de Oliveira, desde o ano passado, tem dividido o tempo destinado à preparação das aulas e exames com uma atividade antes desconhecida para ele. Avô pela primeira vez, o professor não se cansa de dedicar atenção à neta Maria Fernanda. A preocupação com a saúde do bebê, no entanto, aumentou nos últimos meses. Desde julho, a família aguarda o resultado da triagem neonatal, conhecida popularmente como teste do pezinho.
Em média, o resultado do exame, feito gratuitamente nas unidades de saúde do município, leva de 30 a 45 dias para chegar às mãos da família. Todo o material coletado é enviado para Florianópolis, no Laboratório Central de Saúde Pública de Santa Catarina (Lacen/SC). O procedimento é padrão em todo o Estado e segue orientações do Ministério da Saúde.
Segundo a bioquímica e chefe da divisão de análise neonatal do Lacen/SC, Léa Ruhland, houve um problema no sistema de informatização dos dados do laboratório, e cerca de 4 mil exames, de todo o Estado, tiveram de ser refeitos pelos técnicos em Florianópolis. A expectativa é que nas próximas semanas todos os testes, enviados no segundo semestre de 2007, sejam remetidos para as unidades de saúde e o Lacen/SC volte a atender os mais recentes.
A coordenadora da Política de Saúde da Criança e do Adolescente do município, Jaéte Panoch, ressalta que a falta do resultado do teste do pezinho, no entanto, não deve ser encarada com preocupação pelos pais de Maria Fernanda. Ao fazer a análise do sangue do bebê, nos primeiros dias após a chegada do material, o Lacen/SC informa às unidades de saúde se houver indícios de doenças, e uma nova coleta é feita o mais breve possível, para confirmar o resultado e providenciar o tratamento.

- Esta reportagem é uma sugestão do leitor Edison Luiz de Oliveira. Participe também pelo telefone 3221-1555 ou pelo e-mail leitor@santa.com.br

Caminhos do teste
- As unidades públicas de saúde coletam o sangue do calcanhar do bebê, procedimento que é feito na hora. Caso a criança nasça prematura e permaneça na UTI, funcionários da Secretária de Saúde vão até o hospital e fazem a coleta
- No mesmo dia, a unidade remete o sangue até a Secretaria de Saúde, onde ele fica condicionado em uma temperatura especial
- Nos dias seguintes, o sangue coletado é enviado para o Laboratório Central de Saúde Pública de Santa Catarina (Lacen/SC), em Florianópolis
- Entre 30 e 45 dias, o resultado do exame, por escrito, é remetido para a unidade de saúde e fica à disposição da família. Caso sejam identificados sintomas de doenças no sangue do bebê, o Lacen/SC informa, já antes de enviar o resultado, a unidade, que entra em contato com os pais

Doenças detectadas
- Fibrose cística: causa mau funcionamento do transporte de sódio e cloro nas membranas celulares, o que causa problemas respiratórios e digestivos
- Anemia falciforme e outras hemoglobinapatias: altera a estrutura da hemoglobina, o que pode levar à oxigenação deficiente do organismo
- Hiperplasia adrenal congênita: provoca desequilíbrio na produção de hormônios. Em meninas, pode levar ao aparecimento de características sexuais masculinas e, em ambos os sexos, pode levar a à morte
- Hipotireoidismo congênito: pode levar a um retardo mental grave
- Fenilcetonúria: provoca lesões graves e irreversíveis no sistema nervoso central, podendo causar deficiência mental

Saiba Mais:
Teste deve ser feito entre o terceiro e quinto dia de vida do bebê

Fonte: Jornal SC - 03-02-2008


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