#

06-05-2008 - Situação caótica no Hospital Santa Inês

O Hospital Santa Inês (HSI) corre o risco de encerrar as suas atividades devido a uma dívida estimada em 8 milhões de reais. Denúncias de funcionários do serviço público, sindicância para apurar os peritos do INSS, longa espera nas filas e até mesmo o afastamento de um médico suspeito de prescrever a mesma receita para seus pacientes compõem o horror da real situação do Sistema Único de Saúde da região.
O Hospital Santa Inês está funcionando em condições precárias. Os estoques de comida e remédios estão cada vez mais escassos. Os proprietários do hospital e a comissão responsável pela administração da casa travam uma batalha judicial para apontar o verdadeiro responsável pela dívida da instituição. Segundo os proprietários, este valor chega a R$ 4,5 milhões, para a comissão administrativa estes números podem chegar a R$ 8 milhões. O hospital está funcionando sem crédito, desde modo não há como escolher os melhores preços dos fornecedores.
A atual representante da Secretária da Saúde e ex-presidente da Comissão Administradora do Santa Inês, Cristiane de Souza, pediu afastamento do cargo há alguns dias. Segundo a ex-presidente, algumas discordâncias a fizeram pedir exoneração do cargo. Os proprietários acusam a administração anterior de desvios de finalidades prioritárias. As declarações dadas pelos donos do hospital afirmam que algumas reformas foram feitas, porém nada foi planejado para o pagamento das mesmas. Ainda de acordo com os proprietários, contas de luz, manutenção de equipamentos e honorários médicos não foram pagos pela Comissão. Cristiane contesta esta versão e garante que apenas as contas dos proprietários não foram pagas.
Os leitos já foram reduzidos em 30% para suprir o atendimento estabelecido pela direção.
O Ministério Público Estadual requisitou documentos para avaliar a situação do hospital e tomar as providências contra a redução de internações pelo Sistema Único de Saúde (SUS) adotada pela instituição para amenizar a crise financeira que enfrenta atualmente. A população da região será a mais prejudicada caso aconteça o fechamento do Santa Inês.
No entanto, se ficar em funcionamento com a inauguração do Hospital Municipal em setembro, a tendência é que a crise se agrave ainda mais no HSI, já que a partir de outubro a Prefeitura não deve mais repassar a verba de R$ 128 mil mensais à entidade.

Autoridades se reúnem para discutir a situação
Na última segunda-feira foi realizada uma reunião, no gabinete do prefeito Rubens Spernau, com o intuito encontrar uma solução para a redução de internação pelo SUS e para garantir que a população não fique sem atendimento hospitalar.
Além do prefeito, participaram da reunião o secretário de Estado da Saúde, Dado Cherem; o secretário municipal da Saúde, Celso Golin; o vice-reitor da Univali, Mário César dos Santos; e o vice-prefeito Aldemar Bola Pereira.
De acordo com os participantes, esta foi a primeira de uma série de reuniões para solucionar o problema. No entanto, a data do próximo encontro ainda não foi definida, mas deverá ocorrer nos próximos dias.

Fonte: Tribuna Catarinense - 03-05-2008


  •