28-05-2008 - Blumenau: Desinformação lota PS e prejudica o atendimento

Diariamente, os pronto-socorros (PS) de hospitais recebem dezenas de pessoas. O PS, que deveria receber casos de urgência e emergência – em que há o risco de morte -, no entanto, recebe pessoas com problemas ambulatoriais e clínicos. Isso aumenta o tempo de espera dos pacientes e prejudica o atendimento daqueles que se enquadram nos casos de urgência e/ou emergências.
Foi o caso de Jaime Schramm, que levou o filho Daniel no pronto-socorro do Hospital Santa Isabel e esperou atendimento por cinco horas, até que desistiu e foi embora. O menino estava com uma luxação no tornozelo e, segundo Schramm, o único contato com alguém do hospital foi no momento em que chegaram e que ele informou a recepcionista o estado do filho.
“Um médico nem sequer avaliou o estado do meu filho. Vimos outras pessoas serem atendidas enquanto ficamos das 9h às 14h na fila”, reclama Schramm. Scrahmm e o filho saíram do hospital e buscaram auxílio em uma farmácia.
De acordo com o gerente administrativo do hospital, Moacir Martins, casos de emergência são atendidos primeiro. “No dia em que o senhor Jaime esteve no pronto-socorro, houve diversos acidentes e várias pessoas entraram no hospital em estado de emergência”, defende-se.
Schramm reconhece que no dia que foi ao Santa Isabel o movimento era grande, mas se sentiu desrespeitado. “Não éramos informados de nada, não sabíamos de quanto tempo ainda teríamos que esperar” reclama. Ele trocou vários e-mails com o Serviço de Atendimento ao Cliente do hospital exigindo explicações pelo atendimento. A gerência o convidou a comparecer no hospital para esclarecer o fato.

Desentendimento
Martins alega que a população desconhece a função real do pronto-socorro. “Muitos desses atendimentos ambulatoriais poderiam ser resolvidos em postos de saúdes. Mas as pessoas buscam os hospitais na certeza de que ali vão encontrar um médico”, argumenta. Segundo ele, a descrença no sistema público de saúde faz com que várias pessoas sigam direto para os hospitais.

Fonte: Folha de Blumenau - 28-05-2008 


  •