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10-06-2008 - Surto de virose interdita creches em Blumenau

Professores e funcionários dos centros de Educação Infantil (CEI) Emma Tribess, na Rua Hermann Tribess, e Paulo Zimmermann, na Rua André Mees Simão, trocaram a rotina de trabalho por procedimentos de higienização ontem de manhã. As duas unidades foram parcialmente interditadas, no final da última semana, após a suspeita de que as crianças estavam contaminadas por rotavírus. Só este ano, 10 creches tiveram as aulas suspensas pelo mesmo motivo.
Uma reunião amanhã de manhã deve estabelecer um plano de ação da Secretaria Municipal de Educação em conjunto com a Vigilância Sanitária para evitar a proliferação dos casos de suspeita de rotavírus.
- O alto número de surtos nos preocupa muito. Essa é uma época que não é muito propícia para surtos, no verão é mais comum. O desafio é o diagnóstico. Temos de saber a causa para planejar a ação - explica o diretor da Vigilância em Saúde, Marcelo Schaefer.
Para o secretário-adjunto da Secretaria de Educação, Osmar Matiola, é preciso uma parceria entre os postos de saúde e as unidades de educação. Ele acredita também que é necessária uma campanha de conscientização para orientar a comunidade.
- É uma questão de saúde pública. Nem sempre o ponto inicial da doença está no CEI. Às vezes, a criança adoece em casa e acaba contaminando as outras ao freqüentar a creche - explica.
No CEI Paulo Zimmermann, três salas que atendem a 54 crianças de quatro meses a três anos (berçário e maternal) foram interditadas. Ao todo, 18 crianças apresentaram vômito e diarréia. No CEI Emma Tribess, 54 alunos de quatro turmas foram afetados. Nos dois casos, as aulas serão retomadas hoje.
Em todos os CEIs foram coletados materiais para análise no Laboratório Central do Estado (Lacen). Segundo Schaefer, nas análises de todos os sete casos detectados até então não houve confirmação de doença transmitida por alimentos. A previsão é de que até o final da semana os resultados das coletas nos CEIs Emma Tribess e Paulo Zimmermann sejam divulgados.
O CEI Wilson Gomes Santiago, na Vila Nova, também registrou um surto. Ontem, 12 crianças tiveram diarréia e vômito, mas não houve necessidade de interdição.

Doença
- A doença dura de dois a cinco dias. Nesse período, o paciente apresenta os sintomas e elimina o vírus no ambiente. Por isso é importante que as crianças não sejam encaminhadas para a creche enquanto estiverem doentes. O mesmo ocorre para adultos, que devem se afastar do trabalho durante o período
- Depois de cinco a sete dias de incubação, o vírus se manifesta com fortes cólicas, dores abdominais, diarréia e vômitos, com ou sem febre
Transmissão
- A forma de transmissão mais comum ocorre de pessoa para pessoa via fecal-oral (geralmente encostando as mãos em algo infectado e as levando a boca) ou através da água, utensílios compartilhados (garfo, colher e roupa de cama) ou alimentos contaminados
Tratamento
- Não há como tratar o vírus. Dá-se condições para a pessoa se sentir bem através de hidratação oral ou via soro
Prevenção
- Para se prevenir, é recomendável redobrar as medidas de higiene. Não compartilhe utensílios, lave as mãos sempre antes das refeições. A atenção deve ser redobrada com crianças que apresentam diarréia e vômito
- Mantenha a higienização na preparação de alimentos, evite o consumo de água de poço, use sempre água da rede e tratada
- Há vacinas para crianças de até seis meses. Estão disponíveis na rede municipal de Saúde desde 2006

Fonte: AN - 10-06-2008


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