30-06-2008 - Meningite faz 1ª vítima fatal

Desde 2005 sem casos de morte por meningite meningocócica, Blumenau registrou a primeira morte pela doença em junho deste ano e está em estado de alerta. Outros dez casos da doença foram registrados no município desde janeiro. Desses, cinco são de meningite meningocócica, transmitidas pela Meningitidis Neisseria (meningococo), de todas as formas da doença essa é a mais grave e pode matar. O último surto da doença em Santa Catarina ocorreu em 1995. Na época, Blumenau ficou em 3º lugar no índice de casos e letalidade pela doença.
A Vigilância Epidemiológica informou que, em 2006, foram registradas 61 ocorrências de meningite bacteriana, com nove mortes. Em 2007, foram 105 casos confirmados sem mortes. “Os casos de meningite registrados em 2008 apontam para a necessidade da população ficar em estado de alerta para suspeitas e medidas de prevenção contra a doença”, sugere a gerente da vigilância, Raquel Cristina Martelli.
Ela lembra que a meningite é freqüentemente confundida como doença típica de inverno, mas a idéia não passa de um mito. “Pode haver manifestações durante o ano todo. O que ocorre é que, no inverno, a doença pode se propagar com mais facilidade já que a população permanece em ambientes fechados e sem ventilação”, esclarece.
A meningite é a inflamação das meninges, membranas que envolvem o cérebro e protegem o sistema nervoso central. Existem vários tipos, causadas por fungos, vírus ou bactérias. Se não for tratada a tempo, pode deixar seqüelas graves e até matar.
A prevenção pode ser feita mantendo a higiene, lavando sempre mãos e utensílios domésticos. A forma de contágio é feita através da troca de secreções respiratórias – tosse, espirro e beijo. “No outono e inverno é essencial manter casas, escolas, local de trabalho, carros e ônibus bem limpos e arejados, para não haver a manifestação da doença”, orienta Raquel.
Os sintomas variam. Em crianças e adultos a doença causa abatimento, desânimo, cansaço, forte dor de cabeça, febre alta, vômitos, rigidez na nuca, podendo surgir manchas vermelhas. Em recém nascidos à infecção pode ser reconhecida pela falta de apetite, febre e convulsões. Em alguns casos a moleira pode ficar elevada.
O diagnóstico e tratamento precoces são muito importantes. Se aparecerem os sintomas, a pessoa deve procurar um médico imediatamente. O diagnóstico é feito pelo exame do fluido espinhal, substância retirada da coluna. Na meningite bacteriana o líquido fica turvo. As seqüelas da meningite vão de surdez e cegueira a retardo mental.

História
No Brasil, a doença é endêmica com casos esporádicos durante todo o ano, principalmente no inverno, com surtos e epidemias ocasionais. As maiores epidemias registradas no País ocorreram na década de 1970. Nos últimos 20, anos foram notificados no Brasil cerca de 80 mil casos. Com o aumento da população suscetível (pessoas nunca vacinadas e as que perderam a imunidade conferida pela vacina), volta à preocupação tanto pela gravidade como pela possibilidade de causar epidemia.

SERVIÇO:
A vacina está disponível na rede pública para pessoas com HIV, câncer, transplantadas e portadores de outras doenças imunossupressoras.
Em clínicas particulares, como o Centro de Pediatria Vale do Itajai (Celp) qualquer pessoa pode se vacinar.

Valor: R$ 140,00

Fonte: Folha de Blumenau - 30-06-2008


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