15-07-2008 - Blumenau: Cidade é pioneira na medicina hiperbárica

Blumenau é a primeira cidade de Santa Catarina a oferecer a oxigenoterapia hiperbárica, método terapêutico de tratamento que submete o paciente à pressão acima da atmosférica, respirando oxigênio 100% puro. Através da clínica Hiperox Medicina Hiperbárica, fundada há seis anos, são realizados por mês cerca de 230 atendimentos.
A mécia Maura Cucco, da clínica Hiperox, explica que a medicina hiperbárica não substitui outros tratamentos, mas pode estar aliada na obtenção de resultados mais rápidos e expressivos. O tratamento é realizado dentro de câmaras hiperbáricas por cerca de 120 minutos, em sessões diárias.
Maura diz que a terapia é indicada para tratamento de ferimentos extensos, infecções de difícil cicatrização, diabéticos, politraumas, doenças descompressivas, queimaduras, osteomelite crônica, embolias, isquemias, lesões por radiação, anemia aguda e barotraumas, traumatismo causado pela pressão em mergulhos. “Pacientes debilitados também podem ser submetidos a esse tipo de terapia, que é um adjuvante no tratamento de quadros infecciosos graves”, reforça.
O diretor-administrativo da Associação Catarinense de Medicina, Urubatan Collaço Alberton, confirma a eficiência da medicina hiperbárica nos casos de infecção no tecido subcutâneo e acidentes de mergulho. Mas lembra que ainda não é bem aceita para tratamento estético e antienvelhecimento. “Para essas aplicações são necessários mais estudos”, aconselha.
A oxigenoterapia hiperbárica é aplicada há mais de um século no mundo. No Brasil existem mais de 50 clínicas, com maior concentração no Rio de Janeiro e em São Paulo. Diante da falta desse recurso terapêutico no Estado, um grupo de médicos foi pioneiro em oferecer o tratamento, implantando a clínica Hiperox junto ao Hospital Santa Catarina. Além de. Maura, os médicos Luiz Baptista da Silva, Roque Angerami, Sérgio Mendonça e Denise Simão são os pioneiros nesse tipo de medicina.

Tratamento
Antes do tratamento, o paciente tem o histórico clínico avaliado, para depois ser examinado. Na câmara hiperbárica utiliza roupa especial de algodão e sapatos próprios.
O paciente é submetido à elevada concentração de oxigênio, cerca de 15 a 20 vezes maior que o normal. “Equivale à pressão a 15 metros de profundidade no mar, valor estipulado pela Sociedade Brasileira de Medicina Hiperbárica”, exemplifica Maura, dizendo que inchaços e edemas que dificultam a circulação são reduzidos, acelerando a cicatrização das lesões.
O procedimento é acompanhado por técnicos e enfermeiros, dentro e fora da câmara onde ficam acomodados os pacientes. A câmara comporta sete pacientes e um profissional.
As sessões, que variam entre 15 e 30 de acordo com a patologia do paciente, são realizadas com mais de uma pessoa ao mesmo tempo.
Tanto pacientes internados, quanto os que estão em regime ambulatorial e hospitalar podem usufruir do tratamento. A Hiperox não faz tratamento estético.
Em Joinville, existe uma clínica de medicina hiperbárica, mas com câmara que comporta apenas um paciente.

Fonte: Folha de Blumenau - 15-07-2008


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