A morte de um comerciante de 44 anos, ao lado do Ambulatório Geral da Velha, provocou tensão na unidade de saúde ontem de manhã e mobilizou equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e da prefeitura.
Luiz Machado sofreu dores no peito quando estava a caminho do trabalho. Dono de uma loja de materiais de construção na Rua dos Caçadores, dirigiu até o AG da Velha e foi à recepção acompanhado da esposa, Edite. Lá, segundo a mulher de Machado, o comerciante foi informado de que teria de esperar pelo atendimento. Quatro pessoas, segundo ela, estariam à frente dele na fila.
Ainda segundo o relato de Edite, Machado caminhou até o carro com a intenção de ir por conta própria a um pronto-socorro. Desmaiou dentro da caminhonete e foi socorrido logo depois pelo Samu.
A assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde informou que Machado chegou nervoso, recusou-se a esperar e recebeu do lado de fora o atendimento do Samu e do médico que trabalha no ambulatório e chegava naquele momento à unidade de saúde.
- A gente nunca vai saber se ele estaria aqui se tivesse sido atendido antes. Mas não precisaríamos carregar essa dúvida para sempre, caso ele tivesse recebido atendimento no ambulatório - desabafou a filha de Machado, Marilicia Machado Farias, 20 anos.
A secretária municipal de Saúde, Elizabete Ternes Pereira, acredita que o caso foi "uma fatalidade". Segundo ela, o paciente seria atendido no ambulatório, caso "tivesse expressado estado de urgência".
- Lamentamos profundamente o ocorrido. Mas consideramos que a assistência em saúde foi excelente, já que, a partir do momento em que o paciente entrou em parada cardíaca, recebeu atendimento de três equipes - defendeu.
Segundo a secretária de Saúde, o paciente chegou ao ambulatório às 7h30min. Três minutos depois, passou a ser atendido pela primeira equipe de socorristas do Samu, da ambulância que fica permanentemente ao lado da unidade. Às 7h38min, teria chegado ao local uma segunda ambulância do Samu, a UTI móvel.
De acordo com a mulher de Machado, o comerciante era hipertenso. Ele não era paciente da rede pública de saúde, mas recorreu ao ambulatório ontem de manhã pela proximidade de casa. A suspeita da equipe médica é de que ele tenha sofrido um infarto fulminante.
19-09-2008 - Médico afirma que socorro foi adequado
O médico do Ambulatório Geral da Velha Pedro Eduardo Soares da Silva chegava para o trabalho quando viu o paciente no chão, ao lado da unidade, recebendo atendimento. Silva juntou-se aos socorristas. Segundo o médico, o coração de Machado já não batia.
- Fizemos medidas de ressuscitação e não conseguimos. A partir do momento em que cheguei, todo o atendimento foi dado. Antes disso, não posso dizer - resumiu.
Segundo a coordenadora do Samu no Vale do Itajaí, Maria Beatriz Schmitt Silva, o paciente estava consciente e lúcido ao chegar ao local e sofreu uma parada cardiorrespiratória. Pela experiência em atendimentos semelhantes, ela acredita que ele não teria resistido, caso fosse atendido antes.
- Ele teve o atendimento extamente no momento que precisava. Ficaram em torno de uma hora tentando estabilizá-lo - contou.
Fonte: Jornal de SC - 19-09-2008