Os médicos que atuam no município de Caçador decidiram retornar ao trabalho em Assembléia Regional, realizada no dia 26 de janeiro - continuação da Assembléia de 28 de outubro, que se manteve aberta. Eles haviam paralisado as atividades no dia 1º de dezembro do ano passado porque a Câmara Municipal não aprovou lei que previa a alteração da jornada de trabalho, além de melhores salários e condições de trabalho para a categoria, prejudicando negociação entre os médicos e o gestor da Saúde no município.
A decisão de voltar ao trabalho ocorreu após uma série de reuniões, realizada no mesmo dia, entre lideranças das entidades médicas estaduais e regionais e autoridades de Caçador. A primeira reunião aconteceu às 14 horas, com o Promotor de Justiça da cidade, Benhur Betiolo. Ele recebeu os representantes das entidades médicas, que foram denunciar a ilegalidade da contratação de cooperativa, pela Prefeitura Municipal, para substituir os médicos paralisados, e solicitar providências.
O Dr. João Pedro Carreirão Neto, Presidente do Sindicato dos Médicos do Estado de Santa Catarina (SIMESC), deixou clara a inconstitucionalidade do ato e informou que o Sindicato já entrou com representação junto ao Ministério Público do Trabalho por se caracterizar improbidade administrativa. O Promotor afirmou que vai investigar os fatos. Em seguida, os médicos reuniram-se com o presidente da Câmara Municipal de Caçador, Antônio Gilberto Gonçalves, a fim de solicitar a aprovação de lei que resolva a situação dos médicos do município. Ele, por sua vez, solicitou que os médicos retornassem ao trabalho para que pudessem ocorrer negociações.
O Prefeito em exercício, Lucir Telmo Christ, reuniu-se com as lideranças médicas e informou que está disposto a negociar. O Presidente do Conselho Municipal de Saúde, Valmor de Paula ouviu as lideranças médicas e colocou-se como parceiro na luta por melhores salários e condições de trabalho para os médicos. As reuniões foram coordenadas pelo Presidente Regional do SIMESC, Dr. Cláudio Araldi e contaram com a presença do COSEMESC (Conselho Superior das Entidades Médicas do Estado de Santa Catarina). Os médicos reunidos em Assembléia Regional, após essas reuniões, decidiram pelo retorno ao trabalho nos moldes do sistema anterior (agendamento de consultas, sem horário fixo e controle eletrônico do ponto), porém, em estado de greve. Querem o pagamento dos salários não pagos, imediato retorno das negociações com a Câmara de Vereadores, e prazo de sessenta dias para a solução do impasse, quando será feita nova avaliação do movimento.
Os médicos de Caçador deixaram claro que estão dispostos a retomar a paralisação caso as negociações não tragam resultados satisfatórios. A Assembléia contou com presença maciça dos médicos que atuam no município. Representaram o SIMESC, os Drs. João Pedro Carreirão Neto, César Ferraresi, Zulma Carpes e João Batista Bonnassis Junior. Pela Associação Catarinense de Medicina (ACM) estavam os Drs. Genoir Simoni, também Coordenador do Conselho Superior das Entidades Médicas de Santa Catarina (COSEMESC), e Aguinel José Bastian Junior. Os Drs. Wilmar Gerent e Armando d’Acâmpora representaram o Conselho Regional de Medicina do Estado de Santa Catarina (CREMESC). Estavam presentes, ainda, lideranças de Caçador, como a Dra. Maria Lúcia Bertolini, da Associação Médica de Caçador e os Diretores Regionais do Sindicato, Drs. Cláudio Araldi e Pedro Roman Ros.
Fonte: SIMESC - 26-01-2007