A crise de corrupção que se abateu na cúpula do PSDB de Joinville afasta o partido das antigas propostas de um governo preocupado em equilibrar o social com liberdade econômica e deve envergonhar o legado de Mario Covas. O Ministério Público classificou como “propina” o cheque de R$ 35 mil depositado na conta corrente do prefeito Marco Tebaldi, presidente da sigla. O vice-presidente, o ex-secretário da Saúde Norival Silva, foi preso na Operação Falcatrua do Ministério Público por cobrar percentuais de fornecedores da Secretaria da Saúde. E para piorar, o novo líder do partido na Câmara de Vereadores é o vereador e delegado Marco Aurélio Marcucci, condenado duas vezes por crime de peculato e que ainda cumpre pena.
Mesmo após vários escândalos que envolveram recentemente a Prefeitura e a administração Marco Antonio Tebaldi (PSDB), o prefeito novamente dá margem ao erro. Ignorando o bom senso, ele indicou o vereador e ex-delegado regional Marco Aurélio Marcucci para assumir a liderança da bancada do PSDB. Marcucci, preso em 2004 sob a acusação de extorsão a arrombadores de caixas eletrônicos, cumpriu pena de 1 ano e meio de prisão em regime fechado, é agora surge como a melhor carta política na manga de Tebaldi, deixando para trás outros membros do partido com assento na Câmara.
Apesar do desgaste na imagem, resultado de sucessivos escândalos em sua administração, como a recente queda do ex-secretario da Saúde do município ou mesmo com o episódio conhecido como “checão do Tebaldi” - em que o prefeito depositou e reapresentou em sua conta um cheque proveniente de suposta propina - Tebaldi resolveu nomear para líder da bancada o polêmico vereador Marcucci, que ainda cumpre pena por se apropriar de bens utilizando a força do cargo de Delegado Regional.
A banda suspeita do partido Tucano
Tebaldi, Norival Silva e Marcucci representam hoje o jeito de administrar da Prefeitura desde que Luiz Henrique abriu mão do município em favor do PSDB. Eles são considerados o braço forte da cúpula do PSDB local e contam com a adesão da maioria dos vereadores da Câmara, como ficou visível na injustificável blindagem contra investigações aos suspeitos de corrupção na Secretaria Municipal de Saúde, fato que deixou inconformado os vereadores da oposição.
Desde sua chegada a Joinville em 1999, Marcucci experimentou altos e baixos em sua carreira, chegando a ocupar o cargo máximo da policia civil de Joinville, função da qual, por decisão do governo foi exonerado durante o conturbado episódio de sua prisão. Hoje, novamente o vereador volta à cena, agora no papel de líder da bancada do PSDB e com a função de dirigir seus correligionários tucanos ao longo do ano legislativo. É ele que, a partir de agora, passará a exercer maior influência nas decisões e escolhas da sigla que possui o maior número de vereadores na casa.
Opinião da Rua
A equipe de reportagem da Gazeta de Joinville foi às ruas saber a opinião da comunidade se o prefeito Tebaldi acertou em nomear Marcucci:
Não acho a nomeação correta. Porque uma pessoa corrupta é sempre corrupta. Ele ficou preso, mas sei que não resolveu nada, agora ele vai continuar no poder até que se descubra outra coisa, até lá, ele continuara fazendo a mesma coisa.
Nádia Lourenço Gomes Dias, 40 anos, manicure
Eu acho que o prefeito não poderia ter nomeado. Se ele já foi culpado e preso por corrupção ele deve ficar afastado da política, ele não está apto para representar o povo.
Fabiana Steffan, 21 anos, assistente fiscal.
Eu acho que sim. Quando ele foi vereador eu acho que ele foi um bom vereador, todos falavam bem dele, acho que ele é bom nome para ser líder do partido na Câmara.
Lenilda Barbosa da Silva de Andrade, 44 anos, auxiliar de serviços gerais
Acredito que a nomeação é equivocada. Se já foi provado que ele já fez corrupção não poderia assumir um cargo de tamanha importância. Marco Tebaldi errou.
Danilo Pacheco Martins, 22 anos, programador
Fonte: Gazeta de Joinville - 14-02-2008