23-04-2008 - Faltam vagas de UTI neonatal em Joinville

A dor do parto foi maior para duas mães de Joinville que deram à luz em março. Não bastasse ter pressão alta na gravidez, Maria Cristina Gudinho, 37, voou 300 km de helicóptero para ganhar o filho. Sheila Paula Cordeiro, de apenas 17 anos e de uma família carente do bairro Jardim Paraíso, passou por jornada ainda pior: trocou de ambulância três vezes para ter bebê no Hospital Tereza Ramos, em Lages. Desde então, as duas continuam na serra, longe de casa.
O motivo para as transferências é o mesmo. Falta de vagas na unidade de terapia intensiva (UTI) neonatal da Maternidade Darcy Vargas, que tem apenas dez leitos para atender a todo o Norte. "Nosso maior problema é espaço físico. Não há como ampliar a UTI", afirma o diretor da maternidade, Paulo Furlanetto. "O ideal seria ter um local específico só para esse tipo de atendimento, com mais leitos e auxílio às mães."
O local até que existe. É o Hospital Materno-infantil Dr. Jeser Amarante Faria, obra que se arrastou durante mais de uma década e custou R$ 55 milhões aos cofres estaduais. Foi inaugurado em 2006, mas até agora ainda não funciona plenamente.
Hoje, quando há vagas, enquanto os bebês ficam na maternidade, mães com complicações vão para a UTI geral do Hospital Municipal São José. "Como é perto, até justifica. Mas se houvesse um hospital específico para atender mães e bebês, seria melhor", diz Furlanetto.
"Com certeza, quando o Infantil estiver com 100% de funcionamento, o número de mães que precisam de transferência será reduzido", concorda a diretora do Hospital Regional Hans Dieter Schmidt, Ana Maria Janssen. Hoje, a UTI neonatal do Hospital Infantil funciona com seis leitos. Com o funcionamento pleno, terá nove.
A ativação plena do Hospital Infantil passa pela contratação de uma organização social (OS) para administrar a unidade. A primeira promessa da Saúde estadual era de anunciar a OS em janeiro. Até agora nada. Ontem, Ana Maria Janssen disse que o processo deve demorar mais.

Mais:
Um mês e meio fora de casa (página 12)
Viagem em três ambulâncias (página 12)

Somente dez leitos para a região Norte (página 12)

Fonte: Diário Catarinense - 23-04-2008


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