O odontólogo especializado em traumas de face Ary Giovanni Santangelo, 61 anos, assume na segunda-feira pela manhã como novo diretor-presidente do Hospital Municipal do São José. A decisão foi tomada ontem pelo prefeito Marco Tebaldi (PSDB), depois que o atual diretor Jaime Ferreira pediu exoneração do cargo, no fim de semana.
Tebaldi disse que um dos principais fatores para a escolha de Santangelo foi sua experiência. O especialista atua no hospital desde 1972, como traumatologista bucomaxilofacil (boca, maxiliares e face). Outro fator para a escolha é sua disponibilidade em se dedicar integralmente à diretoria, segundo o prefeito.
Santangelo reconhece que a responsabilidade é grande, principalmente às vésperas de uma eleição municipal e logo após a demissão de Ferreira, que considera um amigo. Mas, até em referência ao diretor exonerado, afirma que o hospital não está em má situação e se diz em condições de fazer um bom trabalho. "Por atuar há tanto tempo nele, sempre tive um desejo de ajudar o hospital de outras formas. Reconheço que há problemas, mas acho que é apenas questão de aparar algumas arestas", diz, sem entrar em detalhes sobre quais seriam estas arestas.
Por telefone, o prefeito disse que já tem recomendações para Santangelo. "Deleguei três metas", diz. A primeira é acabar com as macas do pronto-socorro. "O local é para receber gente em estado grave. Quem vai para lá para esperar em maca, pode ser atendido no ambulatório", diz Tebaldi. Segundo ele, o Complexo Emergencial Ulysses Guimarães, que será inaugurado amanhã pela manhã, irá ajudar na tarefa.
A segunda meta é otimizar o sistema de consultas, exames e cirurgias agendadas, para evitar filas. A outra é ativar 36 leitos de internação clínica no quarto andar do hospital, ocioso há três anos, segundo o prefeito. O prazo colocado por Tebaldi para a ativação é de 60 dias.
O novo diretor diz que prefere esperar assumir o cargo, na segunda-feira, para falar sobre metas e planejamentos. Ele se colocou à disposição da Prefeitura para ocupar o cargo até o fim do ano. A continuidade, segundo ele, dependerá de avaliações na função e também da administração municipal que será eleita em outubro.
Saiba mais
MAIS UMA FASE
A segunda etapa das obras do complexo emergencial custará mais R$ 8,4 milhões, que deverão ser bancados pelo governo federal.
Frase
"Sempre tive um desejo de ajudar o hospital deoutras formas"
Ary Santangelo, futuro diretor-presidente do Hospital São José
08-05-2008 - Parte de complexo será inaugurado amanhã
O Complexo Emergencial Ulysses Guimarães, ligado ao Hospital Municipal São José, de Joinville, será finalmente inaugurado amanhã, às 18 horas. O atraso de um ano na entrega da obra não tira sua importância para a região. Que o digam as vítimas de queimaduras, as principais beneficiadas com a mudança. A cerimônia marca a inauguração física, mas a transferência de equipamentos e a utilização do espaço devem levar pelo menos um mês.
A primeira etapa, que custou R$ 7,2 milhões, entrou dinheiro municipal e estadual. A área construída é de 4,2 mil m2. Uma das dificuldades foi a ligação com o Hospital São José porque a unidade não parou de funcionar.
A área que será entregue terá 24 novos leitos. A maioria, 20, serão para emergências de tratamento de queimados. Os quatro restantes serão UTIs. Segundo a direção do hospital, a maioria dos equipamentos já está comprada.
Ontem, havia muito pó e entulho dentro do prédio. Algumas portas e janelas ainda não tinham sido colocadas. Mas o cheiro de tinta fresca avisava que a abertura está próxima. Acostumados a esse tipo de corre-corre, pedreiros, pintores e serventes diziam que iria dar tempo para tudo. O prefeito Marco Tebaldi e o governador Luiz Henrique da Silveira serão duas das autoridades convidadas para o evento. Eles deverão conhecer o auditório, vestiário central e o espaço para duas lojas de conveniências - tudo isso no primeiro piso.
No segundo pavimento, ficarão a recepção e a ala de urgência do pronto-socorro. Haverá consultórios e um posto policial. Neste andar, ficará também a conexão com o centro cirúrgico ambulatorial. Só no terceiro andar é que estará o serviço de queimados, o primeiro a começar a funcionar no complexo. No último piso, ficarão os 20 leitos para queimados.
A obra completa deverá ser entregue em dezembro. Ao menos é a promessa do prefeito. A segunda etapa custará R$ 8,4 milhões.
Fonte: AN - 08-05-2008