20-05-2008 - Dia de reclamações no Regional de Joinville

A espera e a indicação do mesmo remédio para casos diferentes revoltaram pacientesA demora no atendimento de até seis horas, receitas iguais para pacientes e doenças diferentes e falta de profissional foram as principais reclamações ontem à tarde no Hospital Regional Hans Dieter Schmidt, em Joinville. Pelo menos seis pessoas estavam revoltadas na porta do hospital, exigindo explicações da direção.
Valmir Baldin, 36 anos, chegou no hospital ao meio-dia. Conseguiu ser atendido depois das 17 horas. Saiu do local com um receita indicando a compra de paracetamol 500 mg. Ele tem problemas na articulação de um dos braços. Yolanda de Oliveira, 66, também estava lá desde meio-dia com falta de ar e dores no peito. Ficou na espera e, ao sair, tinha a mesma receita: paracetamol 500 mg.
Outro exemplo. Uma mulher de 49 anos levou a sobrinha ao hospital. Ela teria tomado vários antidepressivos. A indicação para a paciente foi o mesmo remédio dos demais. "Estamos aqui na fila e a única coisa que falam é para a gente tomar paracetamol? Isso é um absurdo", disse Baldin.
Havia mais gente descontente no local ontem. A telefonista Samanta dos Anjos, 20, estava com o irmão mais novo desde às 8 horas na sala de espera da instituição. Na madrugada, ela o havia levado ao pronto-atendimento 24 horas Sul e, depois, ao Hospital Regional, onde chegou às 8 e às 19 horas ainda não tinha conseguido falar com um neurologista.
Marilete Aparecida Lucas de Mello, 32, também estava indignada. O seu caso era diferente dos demais. Ela chegou às 15 horas no hospital e foi aconselhada a ir a um posto de saúde porque o caso dela não era de emergência.

Direção nega casos de omissão
A diretora do Hospital Regional, Ana Maria Jansen, diz que o médico tem autoridade para encaminhar o paciente para outra unidade de saúde.
Ela nega que existam casos de omissão ou simplesmente mandem pacientes para outros lugares para não serem atendidos. "Geralmente, as reclamações são na segunda-feira. Mas entendemos a situação. Em casos de grande movimento, fazemos uma triagem e orientamos qual o melhor local para o atendimento. Mas esse trabalho é realizado sempre por médicos", explicou.
Ela afirmou que desconhece a existência de receitas com a mesma medicação para os pacientes.
Sobre a falta de neurologista, Ana Maria Jansen explicou que o hospital não tem um profissional dessa especialidade de plantão.Em casos de emergência ou de gravidade, o médico é chamado. "Mas um outro profissional analisa o caso. Se for simples e somente para observação, não há necessidade de chamar o neurologista."

Fonte: AN - 20-05-2008


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