12-06-2008 - Males característicos da estação preocupam pais

Basta irmos a um dos hospitais, pronto-atendimento ou até mesmo a um posto de saúde para percebemos o aumento significativo no número de pais que levam seus filhos pequenos para receberem cuidados médicos. O final do outono e a proximidade do inverno proporcionam um ambiente ideal para a proliferação dos vírus e bactérias que ficam no ar à espera das pessoas.
Com as mudanças bruscas de temperatura, muita gente acaba sofrendo alteração no grau de imunidade, que cai bastante. Diante disso, os vírus aproveitam para invadir o organismo. Quem sofre mais nessa situação, devido à vulnerabilidade, são as crianças menores de um ano. Nesse ano, de janeiro a abril, 18 crianças com menos de um ano morreram em Joinville.
Só na última semana de maio foram quatro novas vítimas. Durante todo o ano de 2007, a vigilância epidemiológica contabilizou 44 casos de mortalidade infantil. De acordo com os especialistas, a incidência de doenças infecciosas causadas por vírus e bactérias é muito maior nessa época do ano do que no inverno.

Maioria dos casos não é grave
“A gente tem muito mais casos de doenças comuns – resfriados, dor de ouvido, sinusites, rinites e bronquites, por exemplo – agora nesses dias de outono, mas no geral, a maioria dos casos não é tão grave. Já no inverno, são menos casos de doenças que atingem a comunidade. Uma das poucas é a gripe, que aí, sim, é bem forte e serve como porta de entrada para outras doenças, como meningites e pneumonia. Os vírus que atacam no inverno, influenza, parainfluenza, e as bactérias pneumococos e meningocócicos são mais fortes que os demais e por isso, fazem mais estragos”, explica o médico pediatra Edmundo Weber Filho.
O pediatra destaca as principais doenças dessa época do ano. “A maioria dos casos que dão entradas nos hospitais, clínicas e postos de saúde envolvendo crianças menores de um ano são as otites, rinofaringites (resfriados), amidalites, faringites, laringite (infecção de garganta), bronquites e pneumonias, infecções gastrintestinal e, em alguns casos as infecções no sistema nervoso central (as meningites). Temos que lembrar que vírus não anda, ou seja, ele fica ali estacionado, daí a importância de não ficarmos em locais muito fechados, sem a circulação e renovação do ar”, destaca.

Como diagnosticar?
A população fica confusa na hora de saber quando deve se procurar uma ajuda especializada ao ver que seus filhos não estão muito bem de saúde. Porém nem sempre que a criança tem uma febre, uma consulta médica é necessária. O médico pediatra Edmundo Weber esclarece que “A febre é um mecanismo de defesa. Sempre que a criança está febril o organismo dela entra em um processo de defesa. A febre deve ser monitorada por um especialista quando ela é muito alta, passa de 39° C ou quando ela vem acompanhada de palidez”, comenta.

Como prevenir?
Ter uma boa nutrição –
Oferecer aos pequenos alimentos ricos em calorias, proteínas e vitaminas é fundamental para que a criança crie um eficiente mecanismo de defesa.
Manter o calendário de imunização das crianças em dia – deve-se lembrar que as vacinas não obrigatórias, e aquelas que não são fornecidas gratuitamente, também são recomendáveis para que a criança cresça saudável.
Amamentação com leite materno - todas as crianças com menos de um ano devem ser amamentadas. O leite materno é um diferencial extremamente importante na prevenção a doenças.
Manter os ambientes ventilados e muito arejados – quando mantemos o ambiente arejado, ventilado, a população de vírus diminui.
Limpeza e higienização – Todos os ambientes devem ser limpos o mais rigorosamente possível. Recomenda-se ainda que os agasalhos, cobertores e edredons sejam colocados uma vez por semana no sol, ao ar livre.
Cuidados pessoais – Não andar descalço, não ficar com os pés, cabelos e corpo molhados, não fazer mudanças bruscas de temperaturas.

Quando buscar ajuda
Febre que não cessa e dura mais de três dias;
Febre com palidez;
Falta de ar, cansaços;
Quando a criança para de mamar ou aceitar alimentação;
Manifestação cutânea;
Chiado no peito, tosse, vômitos e diarréias que não cessam.

SAIBA MAIS
Difteria - infecção bacteriana, causada pela Corinebacterium diphtheriae, de evolução grave. Acomete as vias aéreas superiores, formando placas purulentas e úlceras em região das amígdalas, podendo se disseminar. É altamente contagiosa e transmite-se por via respiratória.
Coqueluche - Também conhecida como “Tosse Comprida”. É causada pela bactéria Bordetella pertussis, cujas toxinas atingem as terminações nervosas das vias respiratórias e causam acessos de tosse por um período prolongado. Pode evoluir com complicações diversas, principalmente em recém nascidos.
Doenças causadas por Hemófilo B - acometem principalmente crianças menores de 5 anos, podendo causar infecções localizadas ou doença invasiva, tais como otites, pneumonia, epiglotite, celulite e até meningite. Sua incidência sofreu grande redução com o advento da vacina.
Poliomielite - A infecção pelo poliovírus pode causar doença paralítica de vários graus. Apesar de erradicada em vários países, inclusive nas Américas e no continente Europeu, a doença ainda é endêmica em muitos países da África e Ásia, podendo ocorrer reintrodução do vírus a qualquer momento no Brasil, necessitando alerta permanente.
Doença Pneumocócica – é causada pelo Pneumococo (Streptococcus pneumoniae) uma bactéria presente em todo mundo e freqüentemente causa em crianças e adultos doenças como pneumonia, otite, sinusite, faringite e a mais temida: a meningite
Influenza - Causada por um vírus com alta capacidade de mutação, a gripe afeta anualmente milhões de pessoas em todo o mundo. Pode ocorrer de forma endêmica ou em pandemias, geralmente a cada 20 ou 30 anos. Sua gravidade consiste principalmente nas complicações infecciosas secundárias ocasionadas por bactérias. Sua transmissão é feita através da via respiratória.

Fonte: Gazeta de Joinville - 12-06-2008


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