A falta de médicos em postos de saúde e a decisão do Hospital Regional Hans Dieter Schmidt, no começo do mês, de atender apenas emergências, refletiram-se em mais uma segunda-feira de Pronto Atendimentos (PAs) lotados em Joinville.
Quem procurou os serviços tanto na Zona Norte quanto na Zona Sul da cidade enfrentou filas para preencher as fichas e teve de aguardar de três a cinco horas para ser atendido.
Alzira Ertz de Freitas, 80 anos, chegou por volta das 10h de ontem ao PA Norte, no Bairro Costa e Silva, e até o meio-dia aguardava atendimento, com uma nora.
- Comecei a sentir tonturas na sexta-feira. Fui ao posto de saúde, mas eles disseram que teria que pegar ficha para ser atendida. Como lá demora mais, deixei para vir aqui. A gente tem que esperar, mas aqui pelo menos dão um jeito de atender - conformou-se.
O casal Claudenir da Silva, 34 anos, e Maria da Glória Vieira, 23 anos, chegou ainda mais cedo: às 8h30min. Claudenir, que teve uma intoxicação alimentar no fim de semana, só saiu do atendimento por volta do meio-dia. Ganhou remédios e um atestado para a empresa onde trabalha como auxiliar de produção. Com ele, cerca de 260 atendimentos já haviam sido feitos no local, pela manhã.
Número de atendimentos passa do dobro do ideal
O coordenador André Santos Pereira disse que as segundas-feiras ultrapassam 750 atendimentos, enquanto os PAs têm capacidade para atender adequadamente 350 pessoas. Um terceiro médico por turno foi colocado tanto na Zona Norte quanto na Zona Sul, mas, mesmo assim, a fila continua.
- A maioria dos casos, 90%, é gripe ou mal-estar do fim de semana. Muitos vêm por causa do atestado, a gente sabe. Não deixamos de atender ninguém, mas a situação é essa.
No PA Sul, mais movimentado, os atendimentos já chegavam a 351 ao meio-dia. A média em segundas-feiras também passa de 700 pessoas, segundo a coordenadora Vanilda de Souza Melo.
Ela disse que a localização do serviço, perto de um terminal de ônibus e num entroncamento de bairros, colabora para que haja a grande demanda.
- Muita gente, principalmente quem é mais carente, vem direto pra cá porque quer solução rápida. Entendemos e atendemos todo mundo, só que há essa demora - lamentou.
Fonte: Diário Catarinense - 24-06-2008